Se vejo a fotografia
na parede pendurada,
relembro dos tempos idos,
daquela vida passada;
e seu signóide parece
com suas curvas em esse,
os seios de namorada...
É a Saudade retratada
na foto desse coqueiro
que relembra a mocidade
e algum momento fagueiro
passado naquela praia
vendo espuma de cambraia
e de algas sentindo cheiro.
Pequenos frutos lá em cima,
sob as palmas do Gogó,
faz lembrar, também, os seios
de moça de Maceió,
e a cintura de menina
que era tão bem feita e fina
como de curva de nó...
A planta, por ela só
atraía o visitante,
pois nunca existiu igual
- mais exótica e elegante -,
a não ser uma sereia
de biquini pela areia
seria tão deslumbrante!
Mas, os dois, coqueiro e musa,
sob o sol, junto do mar,
o céu azul, muito vento,
era um quadro singular
quando todo coqueiral
ensaiava um festival,
a ventania a filtrar...
O coqueiro em seu lugar
e a moça na praia andando
que se completam parece
no cenário de beleza
em que prima a Natureza
nos seus caprichos em esse
em tudo se desenhando...
Porém, chega o tempo, quando,
a gente tem de ir embora,
porque tudo é transitório
e o ser humano é que chora
deixando atrás o Gogó,
Ponta Verde - Maceió
e aquelas curvas de Dora
que hoje são Saudades só!
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