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Poesias-->Deságue -- 06/08/2000 - 12:01 (Fernanda Guimarães) |
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Deságue
O mar desacorrenta-se em ondas
Chora em bramidos suas dores
Explodindo ora na areia, ora em rochedos
Colar de emoções em doces espumas
Plenas e voláteis, cristais de vida
O mar ruge seus gritos de solidão
Estampando seu coração inabitado
Vultos escuros em águas frias
Acasalam-se em mistérios e segredos
Nas pupilas perplexas das vagas
Nos marulhos, retorcem seus desertos
Gorjeios de lágrimas sufocadas
Abissais emoções vestidas de noite
Velejam amargas em tremores delirantes
Sacudindo-se em súplica à Netuno...
Ou seria ao sol?
Permanece o gosto de sal nos lábios do mar
Enquanto os raios da manhã serpenteiam
As cores pardas de suas águas cansadas
Ecos da saudade exclamados em frêmitos
Desenhados nas paredes do vento...
© Nandinha Guimarães
Em 06.08.00
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