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Artigos-->ORGULHO, VAIDADE E PRECONCEITO -- 20/05/2011 - 22:05 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 











 ORGULHO, VAIDADE E PRECONCEITO



 



  Francisco Miguel de Moura



 Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras



 



            Ao dissertar sobre esses sentimentos tão comuns, me lembro do título do romance clássico Orgulho e Preconceito, da famosa escritora Jane Auten, da Inglaterra, no qual eles são levados á ficção de forma profunda, dando a entender que o orgulho leva ao preconceito, são paixões ou sentimentos que muitas vezes se apresentam ligados, aos quais também junto a vaidade.  Mas tratemos inicialmente da distinção ou semelhança entre emoções mais ou menos ligadas. À primeira vista, orgulho e vaidade são confundidas entre si, de forma que o vulgo termina embaraçando-se quando vai declarar-se orgulhoso ou vaidoso, por alguém ou alguma coisa.



          Ambas, no sentido moral ou religioso, são considerados pecados. Orgulho, como sinônimo de soberba, é pecado capital, grave, mas no sentido de amor próprio, brio e dignidade é aceito até como uma virtude. E temos aí um prognóstico o ele, de um escritor que muito dignifica a literatura brasileira:. “Triste dos que atravessam a vida sem fazer concessões, ferrados na crença de que só os seus princípios são a regra do mundo. A intransigência é a ferramenta da soberba, e esta o primeiro degrau pelo qual se alça a tirania”.  Assim o orgulho-soberba não pode ser enaltecido.



          Já a vaidade, nos sentidos de vanglória, do desejo imoderado de atrair admiração ou homenagem, também é um pecado, mas ainda assim leve, venial. O orgulho-soberba  prejudicaria não somente o emissor como impulsionaria ao cometimento de outros pecados perturbadores da sociedade. A vaidade, nem tanto, por isto é que a própria Bíblia, livro sagrado dos judeus e católicos, diz muito bem dito: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”.  São duas  atitudes que, de acordo com a ocasião, podem ser positivas ou negativas, daí a ambigüidade dos termos.



         Tanta confusão se implantou nesse meio que, quando se diz “fulano é muito vaidoso (alegre, vistoso, mas não petulante ­- a petulância já chega a ser orgulho, soberbia)” ou “beltrano é muito orgulhoso, já é um pouco diferente (raivoso, pedante, preconceituoso)”. E por aí vai.



           O orgulhoso é mais ou menos cheio de preconceitos, separara-se radicalmente do outro, mal vê a si mesmo. Já o vaidoso vê o outro como ser inferior, justamente porque não participa dos seus gostos ou é de classe muito diferente. O vaidoso enxerga o outro de longe, sem ódio, embora que para mostrar-se. Mas o orgulhoso o vê de perto, para seu sofrimento, sua raiva, seu espírito de despeito. Uma das frases mais contundentes sobre o orgulho quem disse foi Alexandre Herculano, romancista e historiador português, do romantismo: “Orgulho humano, qual és tu mais: Feroz, estúpido ou ridículo?”. É difícil encontrar uma pessoa que não tenha amor próprio, também chamado de orgulho. Caso seja encontrada, nos parecerá fraca, nula, quase morta de espírito. Como é difícil encontrar alguém sem nenhuma vaidade! Deve ser triste, amorfo, viver em estado de depressão continuamente. O orgulho, tanto quanto a vaidade, é um mecanismo de defesa para encobrir socialmente algum aspecto não aceito, seja de ordem familiar, nascimento, classe ou outro qualquer, ou cuja não aceitação é mal processada no interior.



              Vaidosos e orgulhosos, todos somos, o que se deve ter é o senso de medida na manifestação desses sentimentos. O excesso, no mínimo, nos torna ridículos, o que não é pouco, dando motivos para uma aceitação social ainda mais desconfortável. Orgulho e vaidade são irmãos e interligados de ponta a ponta, em qualquer sentido que sejam colocados. E entre eles se põe o indigitado preconceito – sentimento dos mais comuns ao povo brasileiro, explícita ou implicitamente.


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