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Artigos-->AMORALISMO OU FALTA DE CARÁTER? -- 19/05/2011 - 16:25 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 












         AMORALISMO OU FALTA DE CARÁTER?





Francisco Miguel de Moura, Escritor, Membro da Academia Piauiense de Letras



 



Ninguém se julgue sábio nem inocente perante a situação moral que o Brasil atravessa. Se este país fosse feito de sábios, seríamos a Grécia moderna.  Deve ter sido num tempo de tanta decadência como a de hoje que Lao Tse, filósofo chinês, ditou: “Aquele que conhece os outros é sábio. Mas quem conhece a si mesmo é iluminado. Aquele que vence os outros é forte, mas aquele que vence a si mesmo é poderoso”.  



A situação moral é grave, talvez seja impossível revertê-la. Poucos são os que se dispõem a contribuir para minimizá-la. Muitos, ao contrário, contribuem para piorar. São os pais que abandonam os filhos por aí, os casais que brigam e se separam, abarrotando as varas de família com questões mesquinhas e até ridículas, ou as delegacias com queixas absurdas; as mulheres que abortam as crianças e põem-nas pelas portas dos burgueses, ou simplesmente no lixo para dar cuidados aos trabalhadores da limpeza pública; os que desrespeitam as leis do trânsito para sair na frente, ganhar o que não perderam e perderem o último resquício de ética que sobrou.  Seria difícil enumerar todos.  Meninos e meninas criados à solta vão infernizar, nos colégios, os filhos daqueles poucos que ainda têm responsabilidade e desempenham seus papéis descentemente. Os colégios públicos não valem um vintém furado, os impropriamente chamados burgueses sacrificam-se para pôr seus filhos em escolas particulares. Quem paga é penalizado, quem não paga é, além do mais, agraciado com outros favores, inclusive previstos em lei. E a vida vira um estresse completo para os que ainda têm alguma responsabilidade. Por falar em colégios públicos, lembrei-me do triste drama que atravessa minha nora, professora em um dos bairros desta Capital. Estava me contando... “Só queria que você visse com que tipo de pessoas a gente trabalha. Cheguei à classe, ontem, e estava lotada, mas era impossível dar aula, todos num aranzel enorme, gritando, brigando, xingando. Logo me dei conta que um menino havia avançado noutro e feito sangue. Fui limpar-lhe o corte e o sangue de seu braço e do chão. Não adiantava levar à diretoria, advertiu-me outro professor com quem me encontrei” Pedir que se acalmassem, fizessem silêncio, não adiantava. Aí, pacientemente abordou o melhor garoto da classe, e solicitando que desenhasse no quadro uma coisa bonita. Ele foi rápido, desenhou um pênis bem grande. Pediu a outro que fizesse um desenho que representasse a vida e ele desenhou um homem sendo guilhotinado. Um horror!  Para concluir, ela desistiu de lecionar em tempo integral no colégio e ficou com o salário de miséria de apenas um turno, para poder preservar sua saúde e integridade.



             Muitos reclamam, mas ninguém se responsabiliza por nada, tira o corpo de banda, e, ciente de sua sabedoria, de que é a falta de competência do governo e murmura: “Que se danem!” Ninguém tem culpa, a culpa é sempre dos outros, e ninguém questiona a ética nas relações sociais. A moral? Quem sabe ou quer saber de moral ou de ética? Os políticos roubam nas eleições e depois delas, os ladrões invadem as casas o tomam o pouco que o dono conseguiu, os arrombadores arrombam os caixas eletrônicos, os assaltantes assaltam folgadamente e matam, a droga corre solta – em Teresina e nas imediações já foram detectadas casas de família em que todos usam, até as crianças. E os cidadãos comuns, com as exceções devidas, não dão bolas para as melhores tradições, querendo sempre bancar o avançado, o moderno, o mais atualizado. Leitores, retardei em declarar a frase correta: Isto é amoralismo, cinismo ou falta de caráter. E nessa pisada, nesse rumo, caminhamos para o caos.



 



 


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