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Poesias-->A roda -- 08/01/2003 - 14:46 (Clodoaldo Turcato) |
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A roda
Dos novos surgem os velhos
Dos velhos surgem os novos
E assim de velhos novos
Vão surgir os novos velhos
Os velhos já foram novos
Os novos ainda serão velhos
Os velhos que não renovam
E os novos que se reprovam
Os velhos que não trabalham
Os novos que trabalham
Os velhos porque são velhos
Os novos porque são novos
Os velhos da nostalgia
Os novos da idealização
Os velhos já foram um dia
Os novos talvez serão
Aos velhos falta a juventude
Aos novos falta a velhice
Dos velhos pouco atitude
Dos novos muita crendice
O velho morre de velho
O novo morre de novo
O velho porque é velho
O novo porque é novo
O velho carrega consigo
O que o novo vai carregar
O novo enche sua vida
Do que o velho quer se livrar
O velho vê o novo
Cometendo os mesmos erros
Gostaria de voltar para conserta-los
Mas teme voltar a ser novo
O novo vê no velho a fórmula
Prá nunca errar igual
Mas fecha-se em seus segredos
Pois tem pavor de ficar velho
Nada mais velho que um velho novo
Nada mais novo que um novo velho
Um querendo ser desesperadamente o outro
Findando os dois num mesmo lugar: o cemitério
(Codo. Recife, Pernambuco, dezembro de 2002)
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