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Poesias-->A queimada -- 08/01/2003 - 14:45 (Clodoaldo Turcato) |
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A queimada
Sobe aos céus o primeiro sinal
É o cinza nascendo
Logo virará preto
Sujo
Misturará com as nuvens
Quando nubla
E perdesse-a quando o sol brilhar
Cheira mal
Odor de morte vegetal
Tragédia prenunciada
Alarme! Uma faísca
Medo! Mato seco vasto
Vento moderado, suficiente
Animais erguem as orelhas
Um graveto estala
Uma pequena chama nasce
Mal engatinha e começa a andar
Corre pela mata
Peitando a vegetação
A fome é grande
Espécies idosas e jovens
São engolidas com sofreguidão
Poucos, velozes, não sucumbem
É uma batalha inglória
Um rastro de horror resta
Esqueletos carbonizados amontoam-se
Ninhos e mudas estraçalhadas
A terra de luto
É a queimada
( Codo. Recife, Pernambuco, dezembro de 2002)
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