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Poesias-->A musa livre do Derby -- 08/01/2003 - 14:13 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A musa livre do Derby



Vejo, ao longe, ela chegando

Figura fincada em velhos trapos

Restos de tecido em cacos

Pobreza em traços e farrapos



Acompanham-na ganidos finos

De várias gargantas com fome

Misturados aos latidos fanhos

De uma matilha com fome



João, José, Arnaldo...Pascoal

Madalena, Sophia e o Brigadeiro

Amigos de muitas horas medidas

Amantes, cúmplices e o seresteiro



Ela esbanja a sua pobreza

Sua avareza, sua condição

Sua presença como número social

Seu custo para a nação



Eles a aplaudem

Protestam a desigualdade

Em suas faixas imaginárias

Como são livres, falam à vontade



Ela folga seus gestos

Querendo fazer-se notada

Cospe na cartola do doutor

Alva, pura, virgem, emancipada



Eles tem a noção do humano

Não tem crueldade ou covardia

Parceiros para todas as dores

Solidão, fome, descaso e moradia







Ela não tem compromissos políticos

Seu partido é a sobrevivência

Não sabe de esquerda, centro ou direita

Vive sem problemas de consciência



Mesmo sendo rápida é barulhenta

Sua cruzada deixa marcas na cidade

Destoa nossa falsa situação

Derrubando nossa mediocridade



Ela fede, enoja, afugenta

Ninguém a adota para sua mesa

É a esmola rápida e distante

Atrapalha o trânsito com sua pobreza



Mas vejo-a como única séria

A única que impõe sua rebeldia

Não se corrompe com os homens

Pois tem cães por companhia



( Codo. Recife, Pernambuco, dezembro de 2002)

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