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Poesias-->A feira -- 08/01/2003 - 14:09 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A feira



O dia de feira

O dia de feirar

Correr com a produção

Colhida sem reclamar

Se há fartura

Se temos pobreza

A nossa riqueza

Está em viver

Está em andar

Está em vender

Sem nada comer

Com tudo a dever

Sem nada esperar



Toca o sino

A feira vai começar

Seu menino

Marca no caderno

Que pro ano vou lhe pagar



Se a colheita for boa

Se a paga for boa

Se a chuva for boa

Se a venda for boa

Se Deus quiser

Eu vou te pagar



Ó Deus do céu

Faça por mim

Que viver assim

É duro demais



É a feira

É a feira

Nosso divertimento

É o circo

É o palhaço

É o carro-de-boi

Calhambeque é novidade

Televisão veio depois



Feira, feira, feira

Feira da vida

Feira da morte

Feira impedida

Feira da sorte



Olha à feira. Olha à feira

Olha o pimentão

Olha à feira. Olha à feira

Olha o quiabo, olha o feijão



Aceita dinheiro

Aceita melaço

Aceita cheque

Aceita um fio de bigode

Aceita, a seita, a seita aceita

O que o Diabo não pode

É a feira

É a feira



Hoje é sexta-feira

É dia de feira

É dia

É dia de feirar



Vendo meu violão

Vendo meu relógio de estimação

Vendo cinzeiro quebrado

Vendo foto de vovó

Vendo tudo

Vendo casa sem telhado

Com telhado

Concreto armado

Sem o barracão

Arroz de terceira

Cabo de frigideira

Revólver trocado

Pedaços de cobre

Papel laminado

Material de sabre

De ouro não tem, não

De prata nem pensar

Coisa de valor

Não dá pra comprar



É a feira. É a feira

É a feira. É a feira

É a feira. É a feira

É a feira. É a feira



( Codo. Recife, Pernambuco, dezembro de 2002)

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