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Poesias-->Naturalmente -- 07/01/2003 - 22:09 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Naturalmente

Lílian Maial





Vejo-me híbrida de tantos elementos,

que me confundo em matéria-etérea.

Sou como o rio, correndo,

levando tristezas, lavando, erosiva,

os sedimentos.

Ou como o mar, inconstante e violento,

calmaria e profundezas.

Também sou sol, claro, quente e vital:

faço florescer e me faço deserto.

Melhor dizer-me chuva,

respingos de saudade,

convite ao aconchego,

colada à pele,

escorrendo chances.

Na verdade, eu sou bem terra:

sustento minhas raízes,

fincada, nutro e cavo

minhas próprias fendas.

Talvez seja como as matas:

densas, de um frescor fechado,

escamoteando curas e feridas.

Quem sabe a noite,

disfarçando ausências,

focalizando luas,

amanhecendo estrelas.

Sou mesmo como as 4 estações:

primavero em teus braços,

veraneio em teus lábios,

outono em teus olhos,

inverno aos teus pés

e naturalmente...

... passo.
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