Nome botânico: Harpagophy-tum procubens D.C.
Família: Pedaliaceae
Parte utilizada: tubérculos.
A garra-do-diabo desenvolve-se em áreas relativamente limitadas da África, especialmente no deserto do Kalihari e nas estepes da Namíbia. Seu nome provém do aspecto do fruto ramoso e lenhoso provido de barbas semelhantes a garras.
A planta era comumente usada pelos africanos, na forma de infusão, em doenças reumáticas, diabetes, arteriosclerose, doenças do fígado, rins e bexiga.
Além de possuir também uma possível ação benéfica sobre doenças do estômago, vesícula, pâncreas e intestinos. Também proclamavam que seu uso regular reduzia os males da velhice e as artérias tornavam-se mais elásticas.
Embora fosse de conhecimento botânico desde o século XIX, foi somente após a Primeira Guerra Mundial, inicialmente na Alemanha, que desenvolveram-se estudos sobre suas propriedades farmacológicas.
Constituintes: heterosídeos iridóides (harpagoside e procumbina) ácidos aromáticos (cafêico, cinâmico e clorogênico) beta-sitosterol açúcares (glucose, frutose, rafinose) óleo essencial
triterpenos, flavonóides, harpagoquinona.
Ação: Analgésica, antiinflamatória e espasmolítica, estimulante digestivo.
Propriedades farmacológicas: Pela ação dos heterosídeos iridóides e do beta-sitosterol, a garra-do-diabo desempenha sua principal propriedade, a de antiinflamatória, por mecanismos de
inibição da síntese de prostaglandinas, interferindo na permeabilidade da membrana celular e influenciando a inibição da prostaglandina sintetase; o harpagoside possui ação antiespasmódica.
A garra-do-diabo favorece um aumento da atividade do fígado, estimulando a desintoxicação, especialmente quanto à eliminação de uréia.
Possui também um efeito estimulante sobre o sistema linfático.
Estudos ainda em desenvolvimento buscam elucidar sua provável ação sobre a vesícula, pâncreas, estômago, intestinos e rins.
Indicações: Fitoterápico: no tratamento de doenças reumáticas, artrite, artrose, gota e reumatismo, dispepsia, falta de apetite.
Contra-indicações: Pessoas com úlcera nas vias digestivas e intestinais, gravidez.
Efeitos colaterais: O uso prolongado da garra-do-diabo pode causar distúrbios na digestão, como dispepsia. A urina pode apresentar-se ligeiramente escurecida durante o uso da garra-do-diabo.
Uso durante a gestação/lactação: Seu uso é contra-indicado por possuir ação abortiva. Pela presença de beta-sitosterol, um composto que pode ter ação hormonal, seu uso não é
recomendado durante a gestação, especialmente nos últimos meses, podendo retardar o parto.
Precauções: Em casos de hipersensibilidade, descontinuar o uso e procurar orientação médica.
Interações: Pode ser combinada com me-nyanthes, apium, gaultheria e dioscorea, nos casos de reumatismo.
Dosagem/Modo de usar: Fitoterápico
Decoto: 5 a 15mg em 500ml de água
Pó: 250mg a 3g/dose: 3 a 9g/dia
Extrato fluído em 25% de álcool: 0,10 a 0,25ml três vezes ao dia
Tintura 1:5 em 25% álcool: 0,5 a 1ml três vezes ao dia.
Duração e administração:
Tomar durante 4 a 6 semanas. Nos casos mais graves, 6 a 8 semanas, sem interromper o tratamento.
Superdosagem: Pode provocar náuseas, vômitos e pequena ação laxante.
Precauções e armazenamento: Armazenar preferencialmente em recipientes herméticos, em ambiente seco e arejado, ao abrigo da luz solar.
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