Por isso que o desemprego
É difícil de resolver,
Não existe capitalismo
Sem com ele conviver.
Ele, nessa serventia,
É a âncora da economia
Pra um sistema se manter.
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O DILEMA DO EMPREGO
Os preços estão caindo
E isso é preocupante,
É uma comprovação
De mais um atenuante...
Sobe, pois, o desemprego
Para tirar o sossego
Do operário atuante.
Já seis milhões esse ano
Ficaram desempregados...
Seis milhões de famílias,
De cristãos desesperados,
Todos de minguado pão
Que em nome da inflação
Vêm sendo sacrificados.
Ante essa dose cruel,
Sem sanidade ou razão,
O governo comemora
Há dois meses a deflação.
Os preços não só pararam,
Mas, sobretudo, baixaram,
Sorri o chefe da nação.
Isso é sinal que o povo
Já não tem como comprar,
A lei da oferta e demanda
Começa a funcionar.
Há quem diga que é asneira,
Mas, não há outra maneira
Para a inflação estancar.
E o governo vai blefando
Quando fala de emprego,
Pois, vemos que está dando
É um presente de grego.
Já não há contestação,
Na verdade, a deflação
É o espelho do desemprego.
Se alguém perde o emprego
Ou o seu salário declina,
A procura por produtos
Também tem a mesma sina.
E é nesse desequilíbrio
Que o preço perde seu brio
E num patamar se confina.
Por isso que o desemprego
É difícil de resolver,
Não existe capitalismo
Sem com ele conviver.
Ele, nessa serventia,
É a âncora da economia
Para um sistema manter.
As metas, os compromissos
Dentro do capitalismo,
Mais ainda com as regras
Desse neoliberalismo
Que retira do poder
O poder de resolver,
Só aprofundam o abismo.
E agora que o governo
Já não recebe o respeito
Das elites que apoiaram
Naquele histórico pleito,
Só deverá dar emprego
Pra cobrir o desemprego
Que cresce a torto e direito.
Neoliberalismo de lado
E o FMI pela frente
Não há país que não sofra
Não há povo que agüente...
E vai, da ação agressiva,
Se tornando decorativa
A imagem de um presidente.
Pra resolver o problema
Que exige essa nação,
Voltado pra maioria
Que é vítima da extorsão,
Só vai com governo forte,
Humanista que se porte
Ante a justiça e a razão.
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