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Poesias-->NÃO HÁ DESERTO - ou poema para Folhaverde -- 05/01/2003 - 21:22 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
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não há deserto, meu amigo
só uma vontade imensa de ser feliz
fico tentando acolher os vazios
mas minha alma não os comporta
vivo a pensar que estou só
mas quando tento compartilhar meu dia
há um rasgão, uma tempestade,
como se a deusa que me carrega ao colo
ciumenta, trouxesse uma tormenta tamanha
insuportavelmente quente
- todos me cercam
quero fazer-me uma mulher comum
esmaecer esse brilho doloroso
sendo apenas uma caminhante serena
capaz de abrir os braços
para as coisas pequenas e doces
mas não!
a inquietação da eterna tempestade
me toma
agora, alguém se vai
julgando levar meu coração
eu, a que fica só
apenas sonha
e constrói nas labaredas cotidianas
um inferno saboroso
de emoções tantas
um maremoto constante
que devora todas as margens
ah, tu e teu tédio
eu e minhas chamas
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