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Artigos-->REALENGO: O MUNDO ESTÁ DOENTE -- 16/04/2011 - 22:48 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


REALENGO: O MUNDO ESTÁ DOENTE



 





Francisco Miguel de Moura*   

         


          Quando acontece uma tragédia como a da semana passada, em Realengo, no Rio, as pessoas começam a perguntar-se: Por quê? Para quê?  Como pode uma pessoa praticar tamanha crueldade, acabar com a vida de tantas crianças e adolescentes, sem nenhum propósito? Será que Deus nos abandonou, não está mais cuidando do mundo? “Deus! ó Deus! Onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrela tu te escondes / Embuçado nos céus?” É a mesma indagação do grande poeta Castro Alves diante da tragédia, continuada por séculos, dos navios negreiros, onde os negros morriam aos montes, de doença, maus tratos, torturas, fome e sede, durante a longa viagem pelo oceano, comprados que eram na África, para a escravidão no Brasil. 



            


          Mas isto já faz séculos, dirão. O mundo era colonizado, a civilização marcava passos na história. 




             Bem, mas o homem não mudou ou mudou muito pouco. Quando acontecem fatos assim é porque algo está podre, ou alguém ou a sociedade, ou ambos adoeceram. Percebe-se que também pratica atrocidades quem não é doente da cabeça: psicopatia, esquizofrenia e outras genericamente apelidadas de neuroses, não definitivamente conhecidas pela ciência. Depois, “o homem não é bom nem mau, o homem é sadio ou doente”, filosofam algumas pessoas que se acham acima do bem e do mal. Ora, o que bem se sabe é que as doenças têm vários graus e várias formas, nomes, etc. As que desmantelam as múltiplas funções do cérebro são profundas, têm origem e fim no cérebro onde os cientistas dizem localizar-se a alma, a direção do homem. Para a esquizofrenia há remédios paliativos, a partir dos quais o paciente poderá viver sem maiores atritos ou danos à sociedade. Com relação à psicopatia, não há remédio. Segundo a opinião de Glória Perez, “psicopata não tem semelhante, ele nem sabe o que é isso”. E se ele não é nosso semelhante, como reconhecê-lo? Como tratá-lo? Está posta a questão.


           

              Há também as chamadas doenças sociais. As guerras são doenças sociais, muito temidas pelos estragos que causam à humanidade. Dizem também: Podem trazer benefícios, despertar a ciência para estudos, etc., com o que não concordo. Mas é preciso lembrar que há ondas de guerras, ondas de ódio, ondas de amor, ondas de sofrimento, assim como epidemias. No caso de ondas de amor ou paixão, a mais pesada e mais funesta foi a provocada pelo suicídio de Werther, personagem do romance “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe, escritor famoso do romantismo alemão, que fez grande sucesso entre os jovens. A acreditar nos críticos coetâneos, a onda de suicídios entre os jovens, observada na época, teria sido provocada pela leitura do referido livro.




             Diante da tragédia de Realengo, pergunto mais: Quem criou tal predador, quem criou tal monstro? Monstro, porque não é nosso semelhante, embora de carne e osso. Quem o fez evoluir ou involuir?  Fomos somente nós, os vizinhos, os pais, os professores, os colegas de colégio, a sociedade como um todo? Ou ele é um erro da natureza, uma ferida, um genes podre?  De uma forma ou de outra, vivemos numa sociedade planetária, na qual, pelas ondas da internet, todos influenciam todos, e assim são grandes as ameaças de uma doença maior. E, por fim, como cooperar para que monstros criminosos, sem sentimento, nasçam, cresçam e fiquem livres?  Somente com amor, trabalho, ciência, educação, respeito e consciência. E tudo isto inicia comigo e com você, caro leitor, em casa e na rua, até virar uma onda, na qual imergirão esses males desarticuladores do tecido social e da espécie humana.



 http://cirandinhapiaui.blogspot.com


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Francisco Miguel de Moura - Escritor brasileiro,  membro da Academia Piauiense de Letras - Teresina, PI, e da International Writers and Artists Association - Estados Unidos


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