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Ensaios-->origens do rock, pop, mpb, forró -- 08/08/2000 - 08:31 (gilberto luis lima barral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Origens do rock, pop, mpb e forró- características

Música Rock, música para rebeldia.

A música rock and roll surgiu no começo dos anos 50 simultaneamente na Inglaterra e nos EUA. Suas origens estão relacionadas de uma lado à literatura beatnik e de outro à eletrificação do blues. A literatura beatnik sonhava com um mundo de liberdade plena. Um mundo nos carros, nas motocicletas pelas estradas sem responsabilidades. Eram tempos de boom na economia americana em crescente desenvolvimento no após II guerra mundial. A juventude americana tinha os seus carrões, suas garotas, o jeans, os filmes de aventuras. Hollywood produz filmes como Juventude Transviada e Assim caminha a humanidade estrelados por James Dean simbolizando toda uma geração de sonhos de liberdade.

Rock and Roll será a música dessa época. Este estilo musical surge a partir da eletrificação dos instrumentos musicais. Com esse feito o som é amplificado e pode ser tocado mais alto e para mais pessoas. O Blues, o Soul e o Gospel que estão na origem do Rock a partir dessa eletrificação começa a ser experimentado num andamento mais acelerado, mais rápido. A energia juvenil que vem dessas novas experiências sonoras, o seu modo de embalar uma dança, espontâneo, alegre invade as rádios, os programas de domingo a tarde e os auditórios dos colégios. Esta criado o Rock and Roll. Uma música simples com três acordes para guitarra ou piano, baixo, bateria e voz embalava o sonho americano. Nas suas origens o Rock tem como principais representantes nesta ordem Chuck Berry, Bill Halem and his comets (que emplacou o primeiro Hit nesse estilo, com a música Rock around the clock) e Jerry Lee Lewis.

De olho nesse modo de vida juvenil os empresários irão investir numa indústria que possibilite a produção dos objetos de desejo dos jovens. Surgem os compactos e os aparelhos domésticos de reprodução com 78 rpm. Os primeiros vinis com uma música de cada lado pesam duzentos gramas. A música Rock and Roll vira uma febre no planeta e agora já é um estilo de vida. Todos querem ser roqueiros, querem ser Elvis. Empresários de gravadoras, do cinema, do show bussiness não sabem o que fazer com tanto dinheiro e querem mais. Surgem astros legítimos representantes de uma geração que busca liberdade e diversão e muitos outros são criados por essa indústria da moda, por empresários milionários espertíssimos.

Os anos sessenta irão marcar ainda mais a presença do Rock na cultura americana, inglesa e sua expansão mundo afora. O Rock vira instrumento de protestos contra a guerra do Vietnã, acontece nos movimentos estudantis na França de 68 e no resto do mundo, pede paz e amor livre. Os bandas de Rock Beatles e Rolling Stones chegam de Londres com suas canções despretensiosas que causam escândalos e desmaios. A imprensa enlouquece. Em New York um

festival de Rock (Woodstock) numa fazenda reúne 2 milhões de jovens que fazem amor ao ar livre, fumam maconha e ouvem Bob Dylan, Janis Joplin e Jimi Hendrix (que alucinado tocou fogo nos instrumentos e no palco).

A música Rock reproduzida em escala de mercado pela indústria começa a perder seus encantos. Cada nova tentativa dos empresários em produzir sucessos musicais resulta em fracasso. Uma música sem espontaneidade juvenil, fabricada para o sucesso vai diminuir muito a qualidade do Rock e massificá-lo ao extremo. Os anos 70 serão um período de muitas experiências novas, vários estilos surgem e desaparecem da noite para o dia. Mas forma-se um campo musical e é preciso produzir para ele. Nasce a música pop. A música estouro. A música pipoca que aparece, esquenta e estoura. O sucesso produzido para colar nos tímpanos do ouvinte. As rádios FM se expandem para amplificarem a distribuição dessa nova música. Mas aqui e ali o Rock continua vivo nas figuras de Velvet Underground, Led Zepelim ou dos Sex Pistols.

É com os Sex Pistols que nos anos 80 o Rock irá mostrar as caras de novo com toda a força. Agora um Rock mais azedo, mais contestador e novamente carregado de energia juvenil. São os Punks que virão com toda a raiva protestar contra a transformação da música e do estilo de vida de alguém em modismos. O Rock tocado pelos Punks será ainda mais alto, pesado e rápido do que o usual, mas com os mesmos três acordes básicos. Simples e fácil, direto tipo “faça você mesmo”. Seus jeans rasgados, suas camisetas com escritos de protesto e o deboche serão a marca registrada da rebeldia. O bom e velho rock and roll esta de volta.

O Rock dos anos 80 será em preto e branco. As músicas vem falar de temas individuais, de deseperança com o homem, de problemas nucleares, de desemprego, de temas ecológicos. A literatura darkness (existencialistas, quadrinhos, cinema B) e o faça você mesmo ( do it yourself) são as principais influências na música Rock desse período.

Os computadores, a sociedade dos yuppies e a música eletrônica a partir da metade da década de 80 irão invadir a mídia novamente e tomar o lugar que o Rock vinha reconquistando. Uma música produzida para tocar em clubes e boates para jovens emergentes é a bola da vez. O Rock vai para os porões, para a s garagens, e fica resumido a pequenas bandas aqui e ali, mas já é um estilo definido e maduro. É a música da adolescência, do espírito juvenil. Agora o veículo para se propagar a música rock são as College Radios. E no início dos anos 90 na cidade de Seatle(a mesma que tinha gerado o deus Jimi Hendrix) uma banda de músicos insatisfeitos com a música que ouviam lançam um disco (Nirvana- “Nivermind”)que irá resgatar o espírito do velho e bom


Rock and Roll. Hoje no final de milênio e século pode-se falar tudo sobre o Rock menos que ele esteja morto, como querem alguns. Ele esta tão vivo quanto alguns de seus criadores e principais expoentes como Keith Richards, Jimi Page ou Iggy Pop. Os maiores ícones é verdade quase todos morreram de tanta rebeldia, drogas e amor livre como aliás é o lema dos roqueiros no tripé: sexo, Rock’n roll e drogas.

Música Pop, música pipoca.

Quando descobrimentos que ao pé da letra a tradução para música Pop é realmente música pipoca de saída percebemos a clara relação entre seu nome e seu significado. A música Pop é a canção feita para virar hit, para estourar no topo das paradas de sucessos das rádios. A música pop deve ser pegajosa, de fácil assimilação para um público ávido por diversão ligeira e amena. A música Pop serve à diversão e acompanha sempre as tendências da moda e do mercado.

Surgida nas metrópoles de Londres e New York nos fins dos anos 60 uma das características da música Pop é a sua relação com a cultura das camadas médias e populares. Ser pop não significa ser popular mas estar na moda, andar na moda e saber cantar as últimas músicas das rádios FMs. A pretensão desse estilo musical é exatamente não ter um estilo definido por isso muitos críticos usam a expressão “um grande caldeirão” quando tentam explicar o que seria a música Pop. A expressão define bem o estilo que abrange vários ritmos da salsa ao country, do jazz ao hip-hop e por ai vai. Mesmo bandas de Rock podem ser Pop. A linguagem Pop não é radical absorve as várias tendências e as reproduz ao seu modo.

Quando um artista é arrastado à correnteza do Pop a fama e a fortuna vem ao seu encontro. A música Pop privilegiando artistas emissores de mensagens leves produz uma música para ser consumida como se fosse um hambúrguer ou um refrigerante. É com a Disco music, ou mais vulgarmente a chamada discoteque, nos anos 70 que a indústria Pop irá dar os definitivos passos no mercado e invadir a cultura. O Pop diferentemente do Rock não é um estilo de vida mas um comportamento usual, enquadrado no esquema dos modismos. As origens da música Pop estão de um lado ligado ao consumo de massas e de outro ao estouro da black music, da música para dançar e divertir. Ela não tem a pretensão de fazer pensar ou levantar protestos.

Nos anos 80 a música Pop chega à sua maturidade e domina o mercado. Produz-se música para supermercados, para aeroportos, para dançar hidroginástica, para curtir dor-de-cotovelo, para programas infantis. A música é compartimentada, segmentada, dito de outro modo digamos que ela se democratiza. Porém esse crescimento quantitativo ira fazer cair a qualidade do produto.


Toda a década de 80 será dominado por este pastiche musical chamado de música pipoca, música feita para estourar hits nas paradas de sucesso e enriquecer as gravadoras.

Esse caldeirão musical iniciado nos anos 70 com o Pop irá fazer surgir um movimento musical multicultural e mundial denominado World Music nos anos 90. Nesse momento a música Pop irá alargar ainda mais os seus horizonte. A MTV será o veículo por excelência dessa cultura e desse mundo globalizado. Na perspectiva da cultura Pop as várias etnias musicais (os povos de todos os cantos do mundo) serão trazidas para o mainstream – como é chamado o olimpo moderno - e se tornarão produtos palatáveis e consumíveis desde que devidamente passados pelo filtro da indústria cultural americana. O mundo pop é como canta um cantor pop nacional: “o papá é pop, o presidente é o pop, o motorista é pop, o guarda é pop, o pop não perdoa ninguém”.

No caso brasileiro a sua música pode ganhar o status de pop a partir dos anos 80 quando forma-se realmente um mercado consumidor, uma boa infra-estrutura de rádios FMs, e um bom esquema de gravação e distribuição por parte das gravadoras. E ironicamente serão as bandas de rock ( a cena paulistana, a brasiliense e a gaúcha ) que contribuirão para o nascimento e a afirmação de um estilo que vai exatamente no sentido contrário às propostas e ideologias do Rock.

MPB – Música popular brasileira

Para uma boa definição da música popular brasileira teríamos que separá-la em dois momentos ao menos. Um primeiro que tem suas origens na musica regional sertaneja e outro momento que se inspiração numa música urbana do centro Rio-São Paulo que junta elementos da cultura negra afro-brasileira e outros ritmos inclusive com elementos do jazz americano.

Essa música brasileira regional sertaneja tem suas origens nos sertões distantes do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e outros estados fronteiriços e remete às guarânias – estilo musical do Paraguai. É uma música que fala do trabalho na terra, da pobreza, do sofrimento mas também dos luares lindos, do aconchego dos casebres e sobretudo de saudades, de saudosismo. Normalmente eram usados como instrumentos a rabeca, a viola e a sanfona. As músicas eram cantadas em duas vozes em contraponto num efeito grave/agudo. Diz-se que cantavam meio que em lamúrias, com o coração partindo. Mas isto apenas inicialmente com a sua expansão país afora ela foi tomando vários outros contornos e se juntando a outros estilos e instrumentos o que lhe deu uma roupagem possível de ser gravada, assimilada e consumida. O seu veículo


principal de exposição eram as rádios com frequências em ondas curtas e ondas médias (as famigeradas rádios AM de nossos dias). Através do “raidim de pia” colado aos ouvidos o homem do campo podia distrair com sua música triste e matreira.

Já na vida urbano-industrial do Rio de janeiro e São Paulo a música tocada era o samba. Fusão dos ritmos africanos com a boêmia, a praia e mais a frente a assimilação de ritmos americanos e latinos. A música do crioulo doido misturando a batucada do morro com as batidas sincopadas do jazz americano. Nessas cidades surgia, como tinha de ser, uma música mais universal trabalhada com elementos inclusive da música clássica. Sabemos por exemplo que Pixinguinha e outros mestres iniciantes desse movimento musical brasileiro tinham uma formação erudita. Alguns letristas eram intelectuais e escritores. Num certo sentido é essa música da vertente urbana que irá marcar o terreno do que se convencionou chamar de MPB inicialmente. Dessa leva inicial temos ritmos variados como a seresta, o chorinho, a bossa nova.

Segundo alguns críticos é a partir do movimento tropicalista liderado pelos baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso que nasce o estilo consagrado como MPB. Esses dois compositores irão juntamente com vários outros artistas introduzir a utilização da guitarra e de outros instrumentos elétricos ao nosso velho som de violas e batuques. É mais ou menos o que aconteceu ao blues nos EUA depois da eletrificação dos instrumentos. Aqui como lá foi-se possível amplificar o som dos instrumentos e das bandas o que proporcionou espetáculos para públicos cada vez maiores.

A década de 70 será a época de ouro para essa música. Cantores pipocarão de todos os estados brasileiros. Os nordestinos, os mineiros e os cariocas terão lugar de destaque nesse cenário. Do nordeste vem Luiz Gonzaga, a família dos Caymi, novos baianos e o trio elétrico, de Minas o Clube da Esquina e a turma de Montes Claros, do Rio de Janeiro os sambistas, João Gilberto, Tom Jobim e Chico Buarque para falar apenas de alguns mestres e escolas, isto sem falar no Rei Roberto Carlos que não se encaixa verdadeiramente no perfil e espírito da MPB mas não pode ficar de fora desta história toda.

Nos anos 80 com a ascensão do Rock no Brasil, já iniciado há muito tempo por figuras malucas como Raul Seixas, invade as incipientes rádios FMs. De qualquer modo há muito que a MPB já vinha se desgastando. Este estilo que se iniciou com músicos competentes, originais e criativos – todos já com os bolsos cheios e a cabeça cansada- caindo na repetição e mesmice deixou frestas para a entrada de novos estilos. Se de um lado isto favoreceu o florescimento de uma nova era musical trazendo a tona nomes importantes como Legião Urbana, Barão


Vermelho, ou Paralamas do Sucesso de outro possibilitou o surgimento de coisas tão descabidas e inférteis quanto a música brega, o axé music e o pagode. Aqui e ali a música MPB se mantia através de artistas como Arrigo Barnabé, Tim Maia ou Luís Melodia.

Os anos 90 serão quase a morte da MPB. A massificação promovida pelas rádios FMs e pela mídia em geral em torno de “artistas” e produtos musicais bestiais como Amado Batista, É o Tchan, Tiririca, Os travessos, Tiazinha, BSB, Talita, e aqui a lista não terminaria nunca, parece querer destruir toda a nossa história musical belíssima. Apenas alguns artistas com trabalhos mais sólidos conseguem vender discos que não sejam na linha desses citados. Caetano Veloso, Gilberto Gil e alguns outros continuam compondo no velho estilo MPB, uns mais outros menos dependendo do estado de suas contas bancárias. O Rock sobrevive a esta crise. A MPB quer se renovar. E agora já no final desses duríssimos anos 90 (chega de porcarias de pagodes, de bunda music e de preguice!!!!!) algum luz parece vir do final do túnel da MPB. Nomes como Adriana Calcanhoto, Marisa Monte ou Zeca Pagodinho são muito bem vindos, e que venham mais destes pois a batalha contra essa música de mal qualidade esta apenas se iniciando.

O forró – outra história

Quando se pensa em forró imediatamente pensamos em dança. A palavra forró origina-se de forrobodó que no dicionário quer dizer farra, bagunça, arrasta-pé. E essa música forró desde seu surgimento nasceu com esse propósito de fazer dançar. Na sua origem mais profunda e distante está a música européia, a polka. No forró é utilizado o mesmo instrumento –com algumas variações – a sanfona mas o jeito de dançar recebe as influências de nosso jeitinho brasileiro suingado. No forró diferentemente da Polka dança-se aos pares e não em rodas. E ao contrário do que muita gente pensa o forró não nasceu no nordeste, mas no Rio Grande Do Sul nos animados churrascos e festas de quadrilhas e rodeios. O Vanerão seria o avó do forró que seria filho do famoso arrasta-pé nordestino.

Temos a impressão errônea de que o forró seja nordestino porque foi Luiz Gonzaga, um filho da Paraíba lá do Nordeste, que o consagrou. Além do que seu segundo representante de peso também é nordestino, o sanfoneiro Dominguinhos. Como música de povo sofrido e castigado pela seca o forró tradicionalmente era dançado nas casas de pau-a-pique e sapé, no chão batido por isso o nome original de arrasta-pé. Não possuía toda essa coreografia e parafernália de hoje quando é dançado pelas classes médias da cidade. Como toda a música este estilo passou por várias transformações até atingir a fase atual onde tudo é transformado em cultura Pop. Mas a sua apropriação também tem sido feita por grupos interessantíssimos e que prometem fazer com seu forró um verdadeiro forrobodó.



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