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Cordel-->O ressecamento de Bela -- 03/08/2003 - 18:26 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Literatura de cordel

O ressecamento de Bela


Vou contar uma história
Ela é de achar graça
De um caso engraçado
Que houve em Alcobaça
Foi um grande rebuliço
Que pareceu feitiço
Contado naquela praça.

Bela a irmã mais nova
Gostava muito de comer
A gula era seu destaque
Comia pra aparecer
Toda hora a boca mexia
E não tinha quem lhe pedia
Pra parar de remoer.

Acontece que a Bela
Sofria de ressecamento
Um dia foi numa roça
E naquele momento
Começou a mastigar
As goiabas do lugar
Foi seu padecimento.

Então se viu a mocinha
Com a barriga bem cheia
De goiaba e de caju
Que ela viu a coisa feia
E não foi por acaso
Só na hora que foi no vaso
É que viu a coisa vermelha.

Nada estava querendo
De fazer a massa sair
Fazendo força e gemendo
Só fazia a ela bulir
E nesse padecimento
Bela fazia um juramento











De nunca mais ir ali.

Uma hora no sanitário
Era o que demorava
E as coisas dentro da barriga
Não saia, só roncava...
De forma que a Bela
Ficou mais amarela
E a situação só piorava.

A barriga só enchendo
E ficando empanzinada
Vez em quando dava um pum
Saia mais não alegrava
A Bela já não sorria
E o que mais ela queria
Era a barriga aliviada.

Na casa que ela morava
Só tinha lá um banheiro
E deu sorte a coitada
Que nele chegou primeiro
Mas de tanto demorar
Não sabia quando ia findar
O fim daquele paradeiro.

Mas fora do sanitário
Já tinha gente esperando
Para no vaso sentar
Para ir desabafando
Mas Bela não estava aí
Não querendo sair
Isso não era seu plano.

E muitas horas já idas
Ela saiu do sanitário
Sem fazer seu despacho
Um serviço extraordinário
Deu lugar a um da família
Não achando maravilha
No seu futuro horário.

Então um farmacêutico
Morador daquele lugar
Sempre ia na casa de Bala
E naquela hora estava lá
Receitou para a mocinha
Que era irmã de Belinha
Dizendo que ia melhorar.

Deu a ela lacto purga
Óleo de rícinio e mamão
Que Bela logo tomou
Seguindo a orientação
Ficar perto do banheiro
E que seja ela primeiro
A hora da finalização.

Bela ficou esperando
O efeito aparecer
A barriga pipocava
E danava a doer
E nada de sair a massa
E para sua desgraça
Ela começava a gemer.

Um olho lá no vaso
Outro no papel higiênico
Ela estava de prontidão
Para o acontecimento
De forma que nossa Bela
Estava toda amarela
Com esse caso nojento.

O dia todo e nada
De o barril estourar
Bela suava e gemia
Soltava suspiro no ar
Dizia pra Virgem Maria
Que goiaba não mais comia
Se conseguisse cagar.


E fazia tantas promessas
Para os santos da igreja
Pedia que lhe ajudasse
Naquela dura peleja
Mas nada do trem sair
Nenhum santo a acudir
A barriga que troveja.

Ela estava sofrendo
Culpando a goiaba e o caju
E a massa sem querer sair
Fazendo uma flor no sul
Ia chegando a noitinha

E nem com ladainha
Só vinha mesmo o pum.

Muita gente estava com dó
Já parecia um velório
Chamou outro médico
Que largou seu consultório
Deu pra Bela enfiar
Pra ela poder cagar
Uns seis supositórios.

E Bela foi enfiando
O remédio receitado
Mas ele não queria entrar
Porque tava ocupado
De tanta massa e ar
Que estava no lugar
E o caso ficou danado!

Cada vez que enfiava
A pressão trazia pra trás
E Bela rasava prun santo
Com o nome de São Brás
Mas o danado tava tampado
E muito bem arrochado
Com a mão de satanás.

Lacto purga mamão e óleo
Dentro fazia o reboliço
Mas o caso estava sério
Que parecia feitiço
E o povo da região
Já fazia peregrinação
Pra ir ver o que era isso.

Cada dia que passava
Ficava mais empanzinada
A coitada não comia
Não tinha ânimo pra nada
E este caso complicado
Tava ficando danado
Na sua pequena morada.

Ninguém conseguia dormir
De tanto a Bela gemer
Vez em quando saia um pum
Que a casa danava a feder
O povão daquela rua
Vinha na casa sua
Só para a Bela ver.

O pai de Bela então
Resolveu então falar
Vou fazer uma promessa
Pra poder comemorar
Vou matar um garrote
Pra comer até o cangote
No dia que Bela cagar.

Vez em quando trovejava
Na barriga grande de Bela
Que dizia resmungando
Que hora maldita aquela
Em que as frutas comeu
Quando o dente mordeu
As goiabas amarelas.

Enfim com quinze dias
Bela conseguiu cagar
Foi um fedor na região
Que ninguém pode agüentar
E o pai matou o garrote
Que comeu até o cangote
Para poder festejar.

Tem horas que a gula
Faz isto com certa gente
Que come tudo que vê
Obedecendo a sua mente
Não percebe o que acontece
Por isso às vezes padece
Por comer tudo lá na frente.

Airam Ribeiro
13/12/02
e-mail airamribeiro@zipmail.com.br















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