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Poesias-->70.O DIA -- 04/01/2003 - 08:53 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



Quem desafina, nesta rima, sai da linha

E dá a vez para um irmão mais preparado.

Por isso, amigo, estou ficando preocupado,

Pois o meu verso é tal titica de galinha.



Conquanto eu possa até sentir-me angustiado,

Que a tal palavra aí de cima me abespinha,

Vou remendar, dizendo ser pequenininha

A minha culpa, já que estou regenerado.



Posso vestir-me de modéstia, enquanto rimo,

Para mostrar que já aprendi a respeitar

As boas normas, pois meu mestre dá arrimo,



Dizendo sempre para ir bem devagar.

Por perdoar-me, cada vez eu mais o estimo

E já prometo a um bom irmão ceder lugar.









II



Tendo deixado misteriosa a tal lição,

De novo estou, junto a esta mesa, a versejar.

De volta ao porto, o meu navio vai carregar,

Estando pronto a receber o seu perdão.



Queria o mestre que eu cedesse o bom lugar,

Pois o meu verso não demonstra perfeição.

Apenas prova que falhei nesta escansão,

Não tendo vindo, por teimoso, devagar.



A minha história não carece de dizer,

Que um verso só já desenhou quem é que sou,

Por isso, fujo de cumprir todo o dever.;



E uma guinada p ro mistério ainda dou,

Que a rima sai, com um pouquinho de poder,

P ra agradecer ao nosso Pai, porque aqui estou.









III



Não sou ousado, como fui quando vivi,

Pois desprezava a opinião de quem sabia.

Se me dissessem quais as regras da poesia,

Daria as costas, sem rimar conforme aqui.



Eu procurava dar de mim sabedoria,

Sem progredir, e “patatá” e “patati”,

Enchendo os versos das sobrinhas do que li,

Pois obra-prima eu jamais conseguiria.



Bem ao contrário, junto à mesa mediúnica,

Sou obrigado a demonstrar que seja única

A nostalgia pelas coisas que não fiz.



Cumpro a promessa de mostrar-me melhorado,

Embora saiba da existência, deste lado,

De um bom critério que me põe muito infeliz.









IV



Toda virtude há de passar por minhas mãos:

A esperança, a fé no Pai e a caridade.;

O perdoar, com muito amor, toda maldade,

Os inimigos transformando em bons irmãos.



Mas, que fazer, se acreditar não há quem há-de

Que estes meus versos possam ser muito louçãos,

Que os meus cantares, qualquer dia, inda serão

Mais que pedidos de perdão por piedade.



A evolução do pensamento não regride,

Se assimilarmos a lição que é ministrada,

Indo aplicá-la, com vigor, em cada lide.



Um degrauzinho a cada vez, pode ser nada,

Mas, de repente, pode haver quem nos convide

A ver o mundo lá do topo desta escada.









V



Não desespere, caro amigo, na jornada:

Vá devagar, usufruindo o seu momento.

É bem melhor do que sofrer com o tormento

De perceber que não se fez, na vida, nada.



Para viver, em harmonia, dez por cento,

Só pelejando com denodo se arrecada.

Vão perguntar por que é que entrei nesta gelada?

P ra não sentir, no coração, tal sofrimento.



Com Jesus Cristo, o mandamento era de amor,

Desde que a gente compreendesse o bom dever

De toda ofensa e todo mal já recompor.



Allan Kardec trouxe a lei do bem-querer,

Pois a ciência está a pairar por sobre a dor:

Só com estudo, o coração há de entender.









VI



Modestamente, eu me recolho ao meu tugúrio,

Pensando haver advertido p ra Doutrina.

Assim o mestre a esta turma toda ensina

E este poeta aqui só vem como Mercúrio.



Perceba, pois, caro leitor, que desafina

Esta mensagem, sem intento de perjúrio,

Pois todo o mal redundará em ser espúrio

O verso negro que, no inferno, se imagina.



Doirar a pílula não vou, esteja certo,

Pois eu não quero versejar para o deserto,

Nem na amplidão nem cá no etéreo, pois ninguém



Está disposto a prosseguir na mesma linha,

Que o meu vigor, sem proteção, logo definha,

E os meus colegas só desejam o meu bem.



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