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Poesias-->O Pai, O Filho e O Carro -- 03/01/2003 - 12:03 (Daudeth Bandeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Pai, O Filho e O Carro

Daudeth Bandeira



Neste poema se nota

Que a força da prepotência

Os sintomas do rancor

E os gumes da violência

Se tornam desonerados

Na hora que são tomados

De encontro a inocência.



Um garotinho brincava

Na frente da moradia

Enquanto o seu pai voltava

Dos haveres que fazia

E encostava com carinho

Um automóvel zerinho

Que comprou naquele dia



Porém como a inocência

Duma criança não sai

Essa criança caiu

No que qualquer outra cai

Frágil de raciocínio

Com um pedaço de alumínio

Riscou o carro do pai.



E continuou riscando

E sujando o carro de barro,

Quando seu pai viu aquilo

Gritou, brigou, deu esparro

E com gestos de vingança

Pegou a mão da criança

E bateu com força no carro.



Ferindo a mão da criança

Numa pancada brutal

E daquele ferimento

Deu o tétano, grande mal

Foi o menino, coitado,

Pelo mesmo pai levado

As pressas pra o hospital



E como o mal era forte

Não existiu outro jeito,

Amputaram do garoto

O seu bracinho direito

Sem poder pedir desculpas

O seu pai sentia as culpas

Fervendo dentro do peito.



Voltaram do hospital

Lamentando a cada passo

A mãe sentindo desgosto

O filho faltando um braço

E o pai na sombra da calma

Queimava o manto da alma

Na fogueira do fracasso.



Em casa perdeu o rumo

De tudo quanto fazia

Não olhava mais pra o carro

Não comia nem bebia,

Debruçado numa mesa

Ouvindo a voz da tristeza

Gemendo na moradia.



Um dia estava chorando

Sem ter consolo e nem paz

Veio o filhinho enxugar

Seus prantos sentimentais

E disse assim: papaizinho

Quando crescer meu bracinho

Seu carro eu não risco mais.



O pai ouvindo essa frase

Não pode mais suportar

Preparou um suicídio

E disse eu vou me acabar

Minha viagem está pronta

Eu vou pagar minha conta

Do tanto que Deus cobrar.



Minha viagem está pronta

Eu vou pagar minha conta

Do tanto que Deus cobrar.



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