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Ensaios-->A Comunidade Virtual -- 09/03/2000 - 08:41 (gilberto luis lima barral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




A Comunidade Virtual


Introdução

Os amigos invisíveis

Através da internet milhões de pessoas estão a falar pôr todos os continentes, participando em grandes grupos sociais pôr intermédio de computadores, uma comunidade virtual. E esta comunidade possui sentimentos que aproxima os participantes dela. O autor trabalha o conceito de comunidade e de agregado de um modo sociologicamente esclarecedor para acentuar seu conceito de rede de comunidades. O conceito de comunidade aqui se refere à comunhão de interesses, de participações comuns numa vida social. E o conceito de agregado tem haver com uma reunião comunitária, mas mais ou menos frouxa, ou seja reúnem-se por um espaço de tempo e depois podem desaparecer esses interesses que unem o grupo.
A comunidade no espaço virtual tem uma potencialidade a ser explorada e se dissemina de modo desordenadamente organizado, quase que de modo anárquico, como agregados que se unem pôr um fim e se dispersam rapidamente.
São vários os grupos que se apossaram da rede para estabelecer ali um espaço de convivência social. ( E isto para além do que pensa o autor apenas como uma substituição da falta de comunidades na vida real e mais, talvez, pelo excesso destas comunidades, destas tribos como argumenta Sherry Turkle. Neste espaço eles trocam idéias, marcam encontros para se tocarem, se verem fisicamente ou fazerem compras, etc. Mas também pode acontecer de não se conhecerem nunca, ou quando virem a se conhecer na vida real se desinteressarem.
Também na rede há a possibilidade das várias janelas de diálogo. Assim você pode participar de vários encontros ao mesmo tempo. Você escreve na tela as suas mensagens e recebe respostas, críticas, elogios. No processo de interação na rede você esta agindo, participando.

Desse processo interativo articulado pelas comunidades virtuais decorrem segundo Rheingold três impactos ou efeitos que estariam no ocorrendo com os usuários e nas suas relações sociais. “Escrevi esse livro na tentativa de informar um público mais vasto sobre a importância potencial do ciberespaco para a liberdade política e sobre a forma como as comunidades virtuais poderão vir alterar a nossa percepção do mundo enquanto indivíduos e enquanto comunidades”.


As três transformações seriam:
1) mudanças na própria pessoa, em seus sentidos e sensações;
2) mudanças nas comunidades, nas relações sociais;
3) mudanças na política, ou na democracia.
Nesta questão política o autor vê o problema, pôr ser a rede disseminada e anárquica, de as informações que circulam acabarem sendo apropriadas e controladas pelo poder político e financeiro, e prega a necessidade de “uma boa utilização da rede”, de uma utilização de modo a conscientizar os usuários.
Outro dado importante e que facilita a utilização da rede é que não se precisa de grandes habilidades técnicas e também o preço é relativamente baixo. Com isto você pode se ligar a qualquer lugar do planeta. As comunidades virtuais estão em todo o mundo, no ciberespaco que para o autor “é o espaço conceitual onde se manifestam palavras, relações humanas, dados, riqueza e poder dos utilizadores da tecnologia de CMC”- comunicação mediada pôr computador.
No histórico da rede ela que se iniciou de uma necessidade de descentralização estratégica das comunicações pôr parte do exército americano agora ela se vê ameaçada pôr este anarquismo que surgiu desta perda de um centro de decisões. Parece uma contradição o autor argumentar que para uma boa democracia seria precise controlar essa anarquia, ou seja que se centralize a discussão num tipo de controle, pois as conversas se espalham na rede e nela se pode falar de tudo e isto produz novos tipos de consciências, de percepções sobre o mundo. Então a nível individual é preciso perceber as mudanças que estão a acontecer nas concepções de mundo das pessoas. “Normalmente fico a conhecer as pessoas meses ou anos antes de as ver - de forma que o meu mundo é hoje diferente do mundo em que vivia na era pré-modem, com amigos e preocupações diferentes. Os locais que exploro na minha mente e as pessoas com quem comunico de um momento para o outro são inteiramente diversos do contexto das minhas idéias (...). Fui colonizado; o meu sentido de família ao nível mais fundamental foi virtualizado”.
Em segundo lugar vem as transformações que estariam acontecendo nas relações interpessoais, nas amizades e nas comunidades. Ao contrário da tradicional relação polarizada no um a um as comunicações mediadas pôr computador permite a conversa de muitos para muitos. Para Rheingold deve-se articular um conjunto de corpus de valores que reconstrua um mundo comunitário perdido em um outro virtual, sem os defeitos do mundo real.
Rheingold trabalha com uma teoria de grupos que buscam na união de seus membros uma forma mais eficaz de adquirir os bens coletivos. Esses bens seriam de três ordens; o capital social em rede; o capital intelectual e a comunhão. “O capital social é algo que encontrei numa comunidade madura de Tóquio, ainda que nunca aí tivesse estado em pessoas. Capital intelectual é algo que encontrei na Well ao questionar a comunidade enquanto conselho de sábios, representado pela acumulação de conhecimentos e experiência de todos os membros. E comunhão é o que se encontra na conferência Parental quando, pôr exemplo, os filhos de Phil e Jay estiveram doentes e todos lhes dirigiram palavras de apoio”.
“O terceiro nível de alteração das nossas vidas, o nível político, deriva do nível médio, o social, pois a política é sempre uma combinação de comunicação com poder material, e o papel dos meios de comunicação é particularmente importante para a política nas sociedades democráticas”.
A questão que fica é saber se queremos mais democracia, ou seja que mais pessoas possam utilizar a rede buscando e trazendo informações, em suma participando ou se queremos um mundo onde poucas pessoas controlam toda a informação e dominam o poder destas comunicações. Para o autor é através do uso sistemático da rede que todos podem participar e darem as suas contribuições para “organizarem a resistência contra os sistemas totalitários. Rheingold vê um enorme perigo nessa questão das informações e acha que algo esta fora de controle quando diz que “é preciso retomar o controle do processo de transformação das comunidades humanas pelas tecnologias de comunicação. E como resposta a este processo sugere a utilização democrática da rede como uma das formas de saída desse processo que ele desenha.
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