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Ensaios-->Faça o que digo, mas não... -- 01/03/2000 - 15:33 (Luiz Torres da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Faça o que digo, mas não ...

Nunca um velho ditado se tornou tão atualizado como o que titulamos nosso comentário.
Os fraternos colaboradores de uma campanha eleitoral - agraciados com cargos relevantes no governo, vem procurando corresponder à recompensa com teses patrióticas, que assegurarão ao País a solução total dos problemas insolúveis por ele mesmo criados. Muito embora isso venha ocorrer daqui a três décadas no mínimo.
Refiro-me às teses do Ministro da Previdência e do titular da SAF (com 'status' de ministro).O primeiro priorizando a reforma previdenciária no que tange às aposentadorias, embora e obviamente, dando ênfase à garantia dos direitos já adquiridos. Acha e o diz, em alto e bom tom, ser um absurdo o cidadão aposentar-se antes de completar meio século de vida, trabalhando apenas 20 anos. É a falência do sistema e o caos social irrecuperável, sem retorno ou solução.
Diz que temos hoje um inativo para cada 1,5 pagantes da previdência e um desequilíbrio entre o valor arrecadado e o desembolsado. Lógico. E quem lhe negará razão? Temos cinqüenta milhões sendo descontados mensalmente, mas os valores não recolhidos à previdência.
Devemos estabelecer tetos para o tempo de trabalho e a idade do beneficiário para evitar o que ocorreu com o próprio defensor da tese - que se aposentou aos 48 anos de idade e, provavelmente, com muito menos tempo de serviço. Nada defende. Demonstra, apenas, elevado espírito de patriotismo.
Estatísticas oficiais - que usam para corroborar a tese, demonstram que menos da metade da força de trabalho é contribuinte da previdência e que a inadimplência também anda acima dos 50% devidos. Dá para entender? Será que o titular da pasta usa antolhos para nada ver ao seu redor? Parece.
E, no entanto, vamos iniciar a grande batalha pela reforma constitucional, dando à tese a prioridade absoluta sobre os problemas das próximas décadas. O povo ou melhor, o trabalhador terá a oportunidade de alertar seus filhos sobre a importância de contribuir concientemente, para assegurar-se um futuro que surrupiaram de seu pai, depois de trinta anos de salário-mínimo, de misérias e humilhações e de ser obrigado democraticamente a votar nas laias de patriotas que integram as chapas eleitorais.
Descentralizar a arrecadação - salvando-a da manipulação conveniente do Tesouro ninguém esposa. Devolver às classes profissionais a administração da assistência previdenciaria - a exemplo de quando instituida, também não falam ou insinuam. Mudar o sistema de arrecadação, impedindo a sonegação e a não inclusão dos empurrados para o trabalho informal nenhum ministro ou político propõe. Isso não rende as negociações que o voto no plenário proporciona.
Moral da estória: aposentado não é espécimem que deva ser considerado: é praga, é estorvo, é proliferação constante, é consumidor insaciável e inconformado que precisa ser colocado em seu devido lugar. Já se viu aposentar-se com vinte anos de trabalho e menos de meio século de existência? Só um egoísta ou um amoral pode ter tal pretensão.
O “outro”, beneficiado com o 'status' de ministro, comporta-se como seu colega. Tentar o aperfeiçoamento e a eficiência do serviço público não produz 'marketing' nem manchetes nos jornais, nem protestos, nem memoriais e entrevistas para promoções pessoais. Abalar o alicerce que sustenta esse serviço é mais polêmico, porque se não houvesse a estabilidade não haveria serviço.
O referido senhor, com “status” de ministro - se pudesse, demitiria todos, abrindo vagas para seus apaniguados ou favorecer empreiteiras de serviços, sempre mais promissoras para acertos e colaborações “partidárias”. Seu objetivo ou bandeira desfraldada é altruísmo e patriotismo; preocupa-o o próximo século, não o hoje!
É o exemplo típico do cidadão que nunca tendo passado de empregado não admite a ausência do
patrão déspota e absoluto, em cujas mãos se concentra o destino do serviçal. Dá para imagina-lo no papel de patrão e tendo esses poderes? O serviço estaria falido em pouco tempo.
Nesse nível está o primeiro escalão de um governo que prima por nada ter a apresentar e não encontrar novos nomes para corromper. Daí o rodízio dos que, embora não inovando, sujeitam-se a qualquer coação para não cair do pedestal.
Nessas mãos está o futuro de um País que poderia dar exemplos ao mundo, excluído das estatísticas negativas que aos homens de bem envergonham. Talvez seja um mal do brasileiro: a gratidão e a fraternidade acima de tudo!(fev/95)

Série:'Temos governo ?'
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