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Poesias-->Entrelinhas -- 01/01/2000 - 20:36 (Pedro Cardoso Machado) |
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Nas entrelinhas do seu corpo
Me vejo acanhado
E às vezes, muito louco.
Galopo por entre as curvas,
Cada qual mais perigosa
Cada qual mais excitante.
São passadas convergentes
De um galope cadenciado e vibrante
Deste cavaleiro obscuro e errante.
Galopo pelas mil vertentes,
Em deslizes divinais e carentes
Onde ouço, apenas os seus ais.
São gemidos carnais e labiais,
Que procuro nos vis matagais
De outros e outros, quase iguais.
Não pretendo ouvir qualquer palavra
E pra que ouvir? Se o que quero é me prostituir
Como se fossemos doentes mentais.
Eu me toco, eu me mordo,
Eu me procuro no seu dorso,
Como se fosse um intruso.
Vou a nascente
Planto a semente
Meu Deus, sou mesmo um doente.
Mas e daí?
Sou assim mesmo
Sou teso.
Sou menino, sou querido,
Às vezes sou marido
Às vezes sou o prostituído.
Ah, deslizo quase bêbado
Entre um lábio e outro,
Sem receio ou medo, em pleno gozo.
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