Esta prosa qui lev’aqui
Só pra’lguns vai sirvih
Pois pra intendê meu cunversah
Vai tê que isforçah um tiquin.
Este é o Cordel du Minerin
Qui nasceu nas Esmeraldas
Mais pra banda du Parmitah (Palmital)
Numa famía roceira
Qui dispois foi pra Carpitah
D’uma penca de quinze
Tá no mei se ocê contah
Nasceu c’uma irmãzinha
Qui num chegô a vingah
Todos eles foi partêra
No quarto du carsah
Sinhá Cocota a trabaiah
A turma na sala di butuca
O berrêro du irmão a isperá
Quando ôrvia o buá
Ladainha punha sortah
_ Mais um!
Vai tê sopa di galinha!
E no terrêro penca a pulah.
Até qui vó Cocota atinô
Tanto fio das duas fia
Que o galinhêro acabô.
Minerin cresceu tardio
Mas cedo pôs a trabaiah.
E cedo pôs a namorah.
Amancebô inda frangote
E logo fez fio pru dote.
Istudô primêro as conta
E inté hoje faz contah.
Istudô poquin as letra
Mas sirviço fez parah
Viajô pur’este interiô
Muitas muié fez beijah.
Tantas qui as conta se perdeu
Mas cum treis teve qui casah
Das Minas foi pru Rio
Nem o distino pudia imaginah
Brincô qui inveja fez prus carioca
Inté qui uma o fez parah
Minerin pôco vem pras Minas
Mas nunca isqueci di cá
Pois as montanha deste lugah
As pinga e as rocinha
Dá sodádi qui faz chorah
Minerin um dia vai vortah
Pois corda d’umbigo qui terra põe
Nem partêra nem dotô
Tem tisôra pra cortah
Si ocê intende tudo quieu digo
Intonce intendi como nóis é bão
Pois Minerin gosta de amigo
Mas num gosta de cêbo não.