Clic’ali>> Como jogar o tênis melhor que o Guga
Mesmo que você aceite
que tempo é ilusão,
pedirá que eu respeite
sua própria condição,
de ter de continuar
a viver a ele preso;
nada vai aliviar
a quem está indefeso.
Mas esse entendimento,
sendo intelectual,
faz parte do sortimento
do pensar, é natural.
Pra perceber de verdade
que tempo é ilusão,
é preciso acuidade,
muita determinação.
Perceber em cada célula
do corpo a vibração,
tal qual d"uma libélula,
a grande animação,
e sentir cada momento
de alegria por Ser,
sem nenhum constrangimento,
faz o tempo esquecer.
Você inda vai dizer
que tem contas pra pagar,
e que vai envelhecer,
sem do tempo se livrar.
Do amanhã as pendências
um problema, já, não são.
E as degenerescências,
também, não são equação.
O problema é perder
o Agora, transformar
o que ainda vai ser
em sofrer de amargar;
a simples situação,
breve acontecimento,
uma simples emoção,
são fontes de sofrimento.
Temos a necessidade
psicológica de ver,
com grande seriedade,
tudo que nos faz sofrer,
tudo que é do passado,
ou que ainda virá,
dando já por decretado
que nada nos salvará.
Livrar-se de tal mania
é do tempo se livrar,
gloriosa alquimia
que pode lhe transformar.
É a mais funda mudança
que se faz na consciência,
e quem tem tal esperança
já tem tal benemerência.
Em casos especiais,
esta nova consciência,
por meios bem radicais,
vem com toda opulência.
Quando isso acontece,
há completa rendição
da parte de quem padece
de intensa aflição.
A maioria, porém,
pra alcançar a vitória,
de trabalhar muito tem,
se quiser escapatória.
Depois de se vislumbrar
com os primeiros instantes
em que pôde escapar
de lembranças relutantes,
instantes atemporais,
a pessoa, oscilante,
não sabe se fica mais
consciente ou pensante.
E fica num vai-e-vem,
entre o ver cronológico
e a presença que tem —
sem o tempo psicológico.
Primeiro, você percebe
que a sua atenção
o Agora só concebe
em rara ocasião.
Entretanto, constatar
que não está no presente,
é grande passo a dar,
já é ficar consciente,
ainda que, num instante,
antes de ficar ausente,
de voltar ao relutante
nível do inconsciente.
Depois, progressivamente,
você escolhe focar
consciência, o presente,
sempre que assim optar.
Você se torna capaz
de assim permanecer,
sem o tempo antifaz,
até não mais o querer.
De modo acidental,
e como um relampejo,
qualquer pessoa normal
o faz, mesmo sem almejo,
mas, em tal situação,
ela jamais reconhece
a presença d"antemão,
é coisa que acontece.
São muitos os semelhantes
incapazes de optar;
em níveis amplificantes,
ficam sempre no pensar.
Cliq"ali===>>>Décima quinta
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