Usina de Letras
Usina de Letras
232 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->63.O DIA -- 28/12/2002 - 09:03 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



O meu martírio quis que fosse pleno

E desliguei a vida de uma vez.

Ouvi meu protetor: — “Que foi que fez

Você abandonar o ar terreno?”



— “Por ser o meu destino tão soez,

Jamais tive do amor um leve aceno.”

Com tal desculpa, desejei pequeno,

Mas foi bem grande o crime, sem talvez.



Passaram anos desse triste evento.;

Da dor sobrou apenas o lamento

De haver perdido, em crise, a minha vida.



Hoje, previno a quem esteja lendo

Que não existe nada mais horrendo

Do que dar fim funesto à dura lida.









II



Quando o trabalho nos incita à vida,

Vamos fazendo tudo p’ra vencer,

Pois tem o ócio o estúpido poder

De nos deteriorar, p’ra qualquer lida.



Cumpramos, pois, qual seja o tal dever,

Sem procurar, na Terra, outra saída,

Sabendo que a maldade nos convida

A desprezar do Pai o bem-querer.



Entregue o coração a Jesus Cristo

E insista co’a consciência sempre nisto,

Para alcançar na vida algum valor.



Orar com devoção vai fazer bem,

Que existe cá no etéreo quem também

Deseja partilhar do seu amor.









III



Meu compromisso, nesta tarde fria,

É fazer verso que o leitor anime.

Nada, contudo, em tom muito sublime,

Pois não sou bom na forma da poesia.



Não queira ver, na rima, nenhum crime.;

Tão-somente o que um pobre aqui faria.

E não diga: — “Está lindo, todavia...” —,

Mas veja que esta trova me redime.



Na Terra, fui um péssimo cantor:

Não poderia aqui melhor compor,

Que a vibração persiste cá no etéreo.



Suspeitas haverá que a rima flui,

Porque o preclaro médium contribui,

Que a minha verve está no cemitério.









IV



Premido pelo tempo, o verso sai

Quase de um jato, pelas mãos do médium.;

Mas, se hesitar, eu tenho um bom remédio:

Chamá-lo com amor, orando ao Pai.



Distinguir entre o bom e mau assédio,

Com o passar do tempo, o amigo vai,

Que o tema do melhor mais sobressai,

Enquanto o do pior só causa tédio.



Aí, nosso leitor já desconfia

De que o autor etéreo da poesia

Não tem discernimento quanto ao tema.



E pede do arco-íris suas cores,

Para que o verso brilhe em resplendores,

Pensando resolver o tal problema.









V



Há muito mais em jogo, nestes versos,

Do que simples palavras, em más rimas:

Havemos que entender quais são os climas,

P’ra não dispor conceitos mui perversos.



— “Eu sei quando, poeta, tu sublimas

As dores em que os prantos vão imersos” —,

Dirá quem não deseja ver dispersos

Os sentimentos puros das estimas.



Eu agradeço, amigo, que palpites

No ritmo que ponho na poesia,

Sem colocar, no sonho, os teus limites.



Reflita em Jesus Cristo o que faria,

Se viesse rimar, e não hesites

Em desejar o amor dessa harmonia.









VI



Senhor, provai ao médium que o trabalho

Me deixa mui contente, neste dia,

Que a rapidez dos dedos mostraria,

Se detivesse a vibração que espalho.



A natureza humana desafia

Nossa presença aqui, durante o malho.;

Bem aí é que a fé é quebra-galho,

Pois dá o diapasão da melodia.



Não temos pretensão a obra-prima,

Pois repetimos sempre a mesma rima,

Entediando o pobre do leitor.



Fazei, então, que o verso derradeiro

Possa mostrar ao mundo, por inteiro,

A força perenal do vosso amor.









VII



— “Compõe, amigo, o verso derradeiro,

Em cinco minutinhos p’ra saída.”

Assim o caro médium me convida,

Enquanto perde o tempo que requeiro.



Minh’alma fica, então, bem combalida,

Pois a luz que eu possuo vem de isqueiro:

Não dá p’ra iluminar o verso inteiro,

Que dirá ser farol p’ra toda a vida!



Pegue a folha e produza combustão,

Que as palavras, um pouco, servirão,

No final não perverso desta rima,



Orando, com Jesus, à luz do verso,

Pedindo que o poeta esteja imerso

Nesse amor que o leitor também sublima.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui