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Artigos-->A ÉTICA E A MORAL DE TODOS OS TEMPOS -- 31/12/2010 - 20:24 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ÉTICA E A MORAL DE TODOS OS TEMPOS



Francisco Miguel de Moura - Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras*



Diz-se que a história é a mestra da vida, não podemos esquecer. Através dela, me veio a frase: “Ó tempore, ó mores”, do orador Marcus Tullius Cícero esbravejando contra a corrupção e a canalhice do Senado Romano (106 a.C. – 43 a. C.), especialmente contra Catilina, que queria subverte a ordem da República. E ao referir-me à frase de Cícero, lembro uma anedota de nossa política que com ela faz trocadilho: Um candidato estava discursando na praça, pedindo o voto, prometendo mundos e fundos... E criticava o governo, seu adversário. No fogo da palavra, apela para os seus conhecimentos de latim decorado na escola e exclama:

– Ó termpore, ó mores!

Naquele momento, um dos seus ouvintes atento e seu possível eleitor, logo traduz o dictório para o amigo que estava a seu lado:

– Viu, colega! Ou temperas ou morres.

Qual o sentido da palavra “temperas”, na boca do eleitor? - pergunto e fico imaginando. Aqui já estamos no domínio da interpretação, da filosofia (do pensar e do agir humano).

Marilena Chauí, em “Convite à Filosofia”, tratando da ética e da moral, começa por explicar as origens das duas palavras: Moral é mors-mores (latim), como está na frase citada, e significa costumes. Já a ética é ethos (grego), que significa “o conjunto de costumes instituídos por uma sociedade para formar, regular e controlar a conduta de seus valores”. A ética refere-se especialmente a normas estabelecidas por leis, decretos, códigos, etc. e sua interpretação. A moral se volta mais à consciência, às avaliações pessoais, às decisões e atos que pesem na consciência = (saber + sentimento) de cada agente, no convívio social e em plena liberdade. Sei que a maioria dos teóricos tem a mesma opinião de Chauí. Cabe lembrar, de antemão, que nem sempre o ético (a lei) é justo e bom, assim como nem todos os costumes de uma determinada sociedade, em determinado tempo, vão virar lei, posto que a sociedade seja primária, não tem escrita, baseia-se na tradição, enquanto a lei é codificada, escrita, fiscalizada, cobrada e julgada eis que a sociedade é muito complexa e quanto mais moderna mais complicada.

Essas considerações me trazem a pelo, um caso que se levantou em minha vida de escritor, ao aceitar responder a uma entrevista a dois estudantes de jornalismo, do quais um é meu neto. Escritor não é profissão. Se não é profissão, que pode ele fazer de danoso contra alguém ou contra si mesmo? Que bem ou benefício poderá proporcionar aos entrevistadores, por ser amigo ou parente? Nenhum. Escritor não é profissão e não tem poder senão o da opinião que todo ser humano tem: a liberdade de pensar e falar. Há uma grande diferença entre um político e um escritor. O político tem poder ou o aspira, o poder do Estado, o poder público. Poder que talvez possa beneficiar alguém, amigos, parentes... Seria o tal do nepotismo, tão praticado na política brasileira. Uma entrevista concedida por um escritor sobre sua vida e obra não repercute além dos limites da literatura. Não li em nenhum código, ou mesmo estatuto de sindicatos e associações de jornalistas, nenhuma restrição quanto a isto. Tudo dependerá da opção de entrevistado e entrevistador. O caso da entrevista ao escritor está o domínio da moral. Quanto ao político, é a ética, naturalmente, que preside. O filósofo Emanuel Kant, em seus profundos estudos, estabeleceu que a norma correta, universal da ação é “agir de tal maneira que esse comportamento sirva de padrão para todos os homens”. Esta seria uma regra universal do bom costume.

Deduza-se, finalmente, que os costumes resultam, em primeiro lugar dos exemplos da educação doméstica, da família, da escola, da igreja e na comunidade de amigos, enquanto que a lei é aprendida e percebida depois, na rua, no trabalho, na sociedade. Entre uma e outra existem espaços enormes que devem ser preenchidos pela consciência e pela educação, devendo haver o julgamento do que é certo e do que é errado pessoalmente, nunca por uma lei ou decreto que o estado tenha impingido.







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