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Artigos-->UM HERÓICO PROTESTO -- 23/12/2010 - 12:50 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UM HERÓICO PROTESTO



Duas opções vivem os brasileiros: não protestar, ou protestar. A maioria não protesta em razão do medo, ou pelos motivos óbvios de não necessitar, já que também participam de uma renda superfaturada. Os que realmente protestam são aqueles que verdadeiramente amam este país e vivem com rendas danosas e miseráveis. E estes são os bodes expiatórios ao serem surrados pelas tropas de choque, os quais parecem ganhar muito bem para espancarem com tanto prazer. Sempre que existem protestos há pelotões policiais esperando qualquer acontecimento fora do protesto para participarem de espancamentos. Às vezes imagino que não saímos ainda dos tempos ditatoriais.



O aumento cavalar dos salários dos deputados federais causou indignação em todo o país. Mas, causou apenas indignação. Em breve ninguém se lembrará mais dessa excrescência do poder público. Ninguém protestou com exceção de alguns estudantes. Um protesto que não escandaliza ninguém, nem mesmo desmoraliza os deputados, que a meu ver ficam desmoralizados pelos seus atos. Como sempre são apenas eles, os estudantes, capazes de fazerem algum protesto. O resto do país bem que merece aumento de tudo, menos do salário, porque o salário do povo brasileiro humilde tem tendência de diminuir e não de aumentar. Diminui quando a inflação aumenta, embora o governo diga que não existe inflação, ou a inflação é o mínimo possível.



Se tal acontecimento dos parlamentares fosse na França, na Inglaterra ou nos EUA posso garantir que o povo sairia em massa pelas ruas e os políticos que tiveram a ousadia de tamanha façanha não seriam mais eleitos. Mas, estamos num país onde não há cidadania corajosa, há sim medrosos por todos os lados. Não têm coragem de protestar e se o faz é dentro de casa, silenciosamente, ou num bar qualquer, quando ninguém neste bar está interessado nas políticas dos politiqueiros. O povo até tem razão de não protestar. Fomos desarmados pelo presidente barbudo.



Estamos hoje a mercê da feroz criminalidade que espanca e mata da mesma maneira dos SS nazistas. O sangue de brasileiros inocentes rega o chão deste país todos os dias e todas as horas do dia. Não é maravilhoso isto? Foi deixado crescer essa criminalidade pelos políticos e pelo barbudo. E agora vai sentar no poder uma mulher que no passado matou algumas pessoas com o título de guerrilheira. Não é lindo tudo isto? O Brasil merece. Ainda assim guardo algumas esperanças de que as melhorias sejam uma realidade futura. Afinal as mulheres são bem melhores do que os homens quando no poder. Há mulheres empresárias saindo-se muito melhor do que os homens. Ainda há esperanças de minha parte, embora estejam morrendo a cada dia.



Sempre critiquei o Art. 5º da Constituição que diz com todas as letras: “todos são iguais perante a lei”. Balela. Mentira deslavada. Arrogância de quem redigiu essa lei. É uma Constituição mentirosa que arrepia os americanos do Norte. Como podemos ser iguais perante a lei se um homem criminoso, mas “educado” nas escolas, possuindo diploma de nível superior tem cela especial para ele? Qual a diferença dessa horrorosa cidadania? O estudo? A riqueza? Não é a toa que tem gente estudando dia e noite para conseguir um diploma desse e aí partir para a criminalidade, sabendo de antemão que a sentença será muito boa para ele. O diplomado poderá cometer o crime que for e estará privilegiado com uma cela especial, com poucos anos de prisão.





Mas, quê prisão, hein? Até eu queria uma prisão dessa natureza, assim poderia escrever tranqüilo sem interrupção de quem quer que seja. Já os criminosos pobres e sem estudo fazem parte da massa parecida com os judeus em campos de extermínio. Então pergunto à Constituição em seu artigo 5º: somos iguais perante a lei? Duvido que haja uma resposta à altura de nossa verdadeira realidade.



O realismo da pobreza é tão grande e desastrosa que existe um canal de migrações para outros países, principalmente para os EUA. Segundo informações, que considero atrasadas: “há mais de 20 anos, muitos brasileiros deixaram o País e partiram para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida, fugindo da crise pela qual o Brasil passava, durante a chamada "década perdida (1980)" e o início dos anos 90. De acordo com estimativas do Ministério das Relações Exteriores, cerca de 1,2 milhão de brasileiros moram nos Estados Unidos atualmente. Os números representam a maior colônia brasileira no exterior e cada dia chega mais brasileiro lá nos EUA através de rotas de fugas, quando no caso são clandestinos”. Acredito que existem nos EUA mais de 2 milhões de brasileiros de origem pobre e das classes média em razão de não suportarem a miserável pobreza brasileira, cuja eternidade é procedente dos tempos do descobrimento.



Portanto, o protesto corajoso dos humildes 70 estudantes contra o aumento absurdo dos salários dos congressistas foi um ato de coragem. Com os gritos deles: “eu não sou otário, tira do meu bolso para aumentar o seu salário” mostra claramente a coragem responsável deles, simples estudantes. Para a educação não tem aumento abusivo, para os crápulas no poder aí, sim, tem motivos de sobra – disse um deles. Enquanto isso os quase 200 milhões de brasileiros ficam de boca fechada, porque num país de medrosos e alienados da vida não pode haver protesto. Aliás, imagino que a maioria até apóia o aumento salarial da classe mais mal vista deste país. Afinal quase 30 mil reais de salário é uma pechincha para o povão que paga impostos abusivos. Aqueles estudantes fizeram um heróico protesto.



Jeovah de Moura Nunes

Escritor e jornalista, autor de “Versos à Revelia” entre outros livros.









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