Há banhos de toda idade
Banho do neném nascente
Banho só, da puberdade
Banho do cio adolescente
Banho da coroa vaidosa
Banho aflito do adulto
Banho da idade nervosa
Banho de pedir indulto
Quando chegado o momento
Antes do último Sacramento
Em cada banho toda idade se despe
É a verdadeira despedida
De sujada diurna toda idade crespe
Conforme fazemos a vida
Há banhos que nem carecem de sabão
Pois a idade é tão pura
Basta só que lhes dê aquela sensação
De ter tirado a gordura
Há os que exigem uma especial solução
"Similis simili", ou seja, um produto
Que possa por parecença fazer atração
Da graxa grudada de um oleoduto
Há idades que aproveitam o ensejo
Para aplicação de chá-de-bico
Outras, para saciar espúrio desejo
É quando a energia vai a pico
E, agora, voltou o banho de caubói
Você chega, tira a camisinha
Sem que alguém veja, que mais sói
Lava o bruto e usa toalhinha
Voltou, também, o banho checo
Que nada tem do aquático penoso
Mas, que sempre usa o marreco
Sem o quê nada fica mais gostoso
Bom lembrar, também, do banho de bica
Quando meia cana de bom bambu
Entorna água, estando ao ar livre a pica
E a gente prefere mostrar só o cu
E o velho bãizinho de assento
Em dia de hemorróida exposta
Depois a gente taca unguento
Facilitando o eliminar da bosta
E tem também o banho de São Francisco
O rio que não dá mais surubi
Todo moleque que lá vai fica muito arisco
Nadando mais que um paturi