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cronicas-->Pacto -- 04/08/2002 - 13:25 (Felipe Cerquize) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O sujeito era capaz de qualquer coisa para que fosse notado na alta sociedade. Gostava de ficar em evidência. Fazer as pessoas acharem que tinha muito dinheiro para gastar. Sempre conseguia impressionar nas festas dos milionários. Atrás daquilo tudo, dívidas. Muitas dívidas. O endividamento chegou a tal ponto, que já não conseguia ter mais crédito nem para o aluguel de um simples fraque. Mas a ambição e a vaidade do sujeito eram tão grandes, que ele decidiu bater de frente com aquela situação. Como os santos já não atendiam mais aos seus apelos, concluiu que só lhe restava, então, o reverso da medalha.

Tanto pensou no outro lado, que, um dia, a coisa aconteceu. Apareceu um senhor de meia idade, de cavanhaque e com a pele avermelhada, que lhe disse poder resolver os seus problemas. Mas, para isto, obviamente, ficariam algumas dívidas a serem pagas mais adiante. Concordància de ambas as partes e trato feito. Dali para frente, a vida do nosso protagonista foi só de sucesso, dinheiro e mulheres. Muita badalação e fama.

Uns quatro anos depois, numas dessas festas incrementadas que costumava promover, o nosso amigo olhou para um dos garçons e o reconheceu. Era o homem da pele avermelhada, que, entre um coquetel e outro, aproximou-se e disse-lhe que a hora do acerto havia chegado. Desesperado, ele chamou os seguranças e mandou prender o indivíduo, sob a alegação de que o havia roubado. Passado o susto e terminada a festa, foi para casa, arrumou as malas, pegou um avião e seguiu de primeira classe para um lugar bem longe de onde pudesse estar aquela figura. Durante a viagem, ficou pensando na sorte que teve ao conseguir se livrar do nefasto. Preparava-se para o serviço de bordo, quando olhou para o comissário e achou que estava tendo alucinações. Levantou-se, saiu correndo em direção à classe económica e só aí póde perceber que não havia mais nenhum outro passageiro na aeronave. Não tinha como escapar. Súbito, os sentidos lhe faltaram...

Quando acordou, o avião já havia aterrissado. Naquele momento, o nosso protagonista começava a ter conhecimento do preço que se paga pelas dívidas que em sã consciência nunca deveria ter assumido. Cada um de nós sabe quantas dívidas já assumiu sem se preocupar com a origem do credor. Mas não tenha dúvida, leitor: mais cedo ou mais tarde, todas as nossas contas serão ajustadas, seja por quem nos financiou, seja pela nossa própria consciência.
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