Usina de Letras
Usina de Letras
118 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62182 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->MULHERES CAÇADORAS -- 04/08/2002 - 03:13 (SIDNEY COSTA E SOUZA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MULHERES CAÇADORAS



©Sicouza



Você está só e sente a necessidade de outras pessoas ao seu lado, ainda que sejam desconhecidas. Apanha as chaves, entra no carro e sai sem saber ao certo para aonde ir. Vaga por alguns quilómetros e ao passar em frente de um restaurante familiar resolve parar e entra. A frequência não é muita e várias mesas estão vazias e você se acomoda e chama o garçom, que lhe serve uma bebida com extremada atenção, pois já o conhece. Do som mecànico uma música suave e alguns casais jovens e de meia idade, deslizam pela pequena pista de danças. A sensação de solidão parece ter desaparecido, embora você permaneça sozinho a mesa. O garçom novamente se aproxima e você pede-lhe que traga alguma coisa para comer. Enquanto aguarda percebe que aquele seu parceiro de tênis acaba de entrar acompanhado de três garotas simpáticas e sorridentes. Ele não o vê, passa e senta-se numa mesa adiante, assentando-se de costas pra você. Em seguida o garçom retorna, trazendo-lhe o bife grelhado que você passa a saborear lentamente, enquanto toma a cerveja. De repente, percebe que uma das garotas que entrara momentos antes está olhando pra você insistentemente..
Você vira-se, olhando para trás, para ter certeza de que ela olha pra você e não para outra pessoa as suas costas.Não há ninguém atrás. Ela realmente olha pra você. As duas que ficaram à mesa, conversam e a morena insinuante continua com os olhares pra você. Passados alguns momentos, o seu companheiro de partidas de tênis, dirigindo-se ao banheiro, passa ao lado e o cumprimenta, parando rapidamente. Algum tempo depois de retornar do toalete, ele faz sinal para que você sente-se com eles. Você ainda preferiria ficar na sua mesa, mas afinal de contas, ele está acompanhado de três belas mulheres e você está sozinho, nenhum mal aparente. Reluta um pouco, mas logo após, aproxima-se e é apresentado as mulheres que fazem companhia ao Carlos, inclusive a que o olhava insistentemente.
Passam a conversar banalidades, mas os olhares estão mais insistentes. Em dado instante, ela audaz, convida-o para dançar. Ele levanta-se meio contrafeito e encaminha-se para a pista de danças. A melodia é romàntica e lenta, o que cria um clima de conquista, embora ele não a abrace fortemente, como ela o faz. Em principio ele resiste ao que parece ser uma verdadeira caçadora de homens solitários, mas não descompromissados. Ela finge não perceber o comportamento discreto e quase displicente do seu par. Roça-lhe o rosto com o seu, acaricia-lhe a nuca, aperta os seios contra o corpo dele propositadamente, até que a musica termina e eles voltam para a mesa. Voltaram a conversar entre si, mas o olho daquela insinuante moreno continuava a buscar o dele, sem tréguas. Passada uma meia hora, foi ele novamente requisitado para dançar e por uma questão de cavalheirismo, não recusou, pois afinal estando só e com uma moça disponível lhe " caçando " daquela forma, o que ele tinha a fazer? Era deixar as coisas acontecerem,afinal era apenas algumas horas juntos e depois com certeza nunca mais se encontrariam,mesmo porque ela já lhe dissera ser de outra cidade e que raramente viajava. A música terminou e em seguida outra começou e ela nem deixou que ele se afastasse, recomeçando a dançarem.
Ela fazia mesmo questão de deixar bem claro com o corpo, as intenções que tinha para com ele. Ele permanecia meio passivo, sem ser deselegante, mesmo porque dali há algumas horas,cada um seguiria seu caminho, diferente naturalmente. Dançaram mais algumas vezes e ela se insinuando toda, sugeria que saíssem para ficar a sós ou para que fossem dar uma volta pela cidade,mas ele criando uma série de desculpas, até mesmo inaceitáveis,fez o tempo rolar até o momento em que se despediu das garotas e do companheiro e deixou o local com a sensação de que jamais tornaria a ver aquela moça,linda é verdade,mas que mais parecia uma aventureira que poderia trazer-lhe muitos aborrecimentos futuros. Esquecera-se de que dias atrás dera o seu telefone do escritório para o companheiro de tênis, que ligaria marcando uma nova partida...
No dia seguinte ao retornar do almoço para trabalhar, em sua mesa havia um recado anotado de que uma mulher havia lhe ligado e eu ligaria mais tarde. Lian era o nome.
Rebuscou na memória e não se lembrou de nenhuma cliente com tal nome. Começou a trabalhar e o assunto caiu no esquecimento. Ao final da tarde, quando se preparava para encerrar o expediente do dia, o telefone tocou e lhe avisaram que era uma mensagem para e se poderia ouvir, ao que respondeu afirmativamente. Era uma mensagem de amor, uma declaração e assinada por Lian. Ele começou a perceber que seria novamente e outras vezes "caçado" como um coelho...Começou a preocupar-se e resolveu falar com o seu companheiro de partidas de tênis, embora não fossem verdadeiramente amigos. No dia seguinte, de manhã quando chegava, ao adentrar no edifício, um garoto entregou-lhe um envelope, após perguntar-lhe o nome. Abriu, não sem antes perceber que havia nele um perfume já conhecido. Um bilhete, com um número de telefone e um pedido para que ele ligasse, pois se tratava de uma futura cliente, o que não o convenceu. Mesmo assim resolveu que ligaria e daria já um ponto final naquela história. Não colocou, já que insistentemente a moça pediu-lhe que almoçassem juntos já que precisava urgentemente conversar com ele sobre um assunto profissional. Ele sabia que não era nada disto, mas acabou cedendo e marcaram o almoço. Afinal seria apenas um almoço e ela era uma moça bonita e agradável, nenhum mal poderia haver. Almoçaram uma, duas, três e varias outras e também jantaram muitas, após dormirem num hotel fazenda, muito romàntica e com lugares lindos para se ver. Passaram-se alguns meses de intenso amor e ele se apaixonou perdidamente, mas sem saber que nos dias em que ela lhe pedia para não ir na sua cidade porque estaria viajando a trabalho, na realidade ela estava era nos braços do marido em uma de suas fazendas no interior do Estado. Os dias foram passando-se e a cada momento ele percebia que ela se ausentava dele, com tantas desculpas que seu sofrimento era visível. Resolveu contratar um detetive particular para saber mais sobre ela. Depois de alguns dias de investigação, recebeu um relatório no qual ficou sabendo que ela tinha além do marido, outros amantes em cidades vizinhas e a cada homem que a recusava ela conquistava outros tantos, pelo simples prazer da conquista e em seguida, deixava-os sem dar qualquer justificativa para o seu afastamento.

Esta mulher é alguém que no seu egoísmo, quer apenas satisfazer seus instintos, sem a menor preocupação de estar causando sofrimentos no sexo oposto. Quer tão somente
provar-se conquistadora,irresilível a qualquer homem. Saborear e ter o prazer da conquista, sem pesar o sofrimento que provoca naquele que é seu esposo e muito menos nos corações daqueles incautos que conquistou.

Homens tenham cuidado com tais caçadoras, por mais belas e sedutoras que se apresentem aos seus olhos, pois sem vacilar poderão tirar-lhes a visão, oferecendo as suas córneas para o próximo amante.

E você Mulher Caçadora, desvie seus olhos, não convide à dança, nem deixe lembranças em forma de versos/mensagens para amealhar corações carentes, que no seu camiho vier encontrar.




Goiània, 04.08.02.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui