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Cordel-->Parabéns, Pombal -- 17/07/2003 - 21:31 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



À galope, até Pombal
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Um dia, já faz muito tempo, desta terra viajou. O pombalense Anízio, mestre de alfaiataria, poeta e cantador. Tocador de violão; com pinga regada a limão; era também sonhador. Ajudava a rezar missa, no tempo do antigo Pombal. Chegou quase a seminarista; apesar de comunista. Não fazia nem questão. Podia-se até dizer: paradoxo capitalista. Não fazia distinção. Um homem temente a Deus, amante do socialismo. Tinha a sua opinião. Contrário ao materialismo. Muito bom de coração. Antes de ir para o céu, tomou uma decisão.


No final dos anos quarenta, foi pras bandas lá do sul. Um pouco contrariado. De certa forma, empurrado. À procura de espaço. Pra não morrer de cansaço. Pra se livrar da prisão. Da vida presa no laço. Da falta de oportunidade. Essa era a verdade. Em busca de melhoria. E também de liberdade. De lá mandou o recado. Que já estava instalado.
O ato foi consumado.


E o resto da família. Viajou pra Cabedelo. No início de cinqüenta. Tendo que obedecê-lo. Deixando a poeira de lado. No navio bem guardado. Com passagem de terceira. E um pouco encabulado. Entramos por mar a dentro. Eu e meus irmãos. Deixamos pra trás os passados. De cada um de nós. Levamos nossas lembranças. De esperanças, uns trocados. E mudamos de cidade. Melhor dizendo, de rio. Em versos profetizados. Deixamos a rua do Rio. A rua onde eu nasci. Molhados por suas águas. Que encheram nossos olhos. As lágrimas do Piancó. E fomos pra outra cidade. Vestidos de marinheiro. A cidade do grande rio. A do Rio de Janeiro.


Muitos anos se passaram. Muitas lembranças ficaram. Sem esquecer o passado. Muitos de nós choraram. Quando o velho nos dizia. O que guardava na alma. Que a vida bem vivida. Aquela que nos acalma. E conforta o coração. Foi toda ela passada. Em Pombal, no sertão.


Por isso me emociona. E fico todo envaidecido. Quando recebo o convite. Para este aniversário. Da nossa querida Pombal. Fico muito agradecido. Embora, só fisicamente. Não compareça ao local. Na mente e no coração. Neste dia grandioso. Estou espiritualmente. Inteirinho, em Pombal.


E mando, junto ao presente. Para registrar minha alegria. Uma carta de obrigado. Por Deus me ter concedido. Esse desejo guardado. No fundo do coração. Parabéns minha querida. E muitos anos de vida. Viva em paz o meu sertão.


Brasília, 17 de julho de 2003, faltando quatro dias para o grande aniversário da nossa querida Pombal. Muito obrigado, de coração, pelo convite ofertado.

Nota Explicativa:

Nasci em Pombal, no sertão da Paraíba, tal como consta do meu currículo. Lá, portanto, estão fincadas minhas raízes. De lá, recebi honroso convite para escrever algo a ser lido durante os eventos que acontecerão no dia 21 do mês em curso, data em que a cidade comemora mais um aniversário. Se não me falha a memória, 305 anos de vida.

Quem não gosta do seu lugar, não gosta de si mesmo. Por isso, resolvi compartilhar com os meus amigos de prosa, em nosso cantinho, a alegria que vivo neste momento, através do texto acima, que, junto com outros presentes, foi encaminhhado para compor os festejos da minha amada cidade. Cidade que me recebeu neste mundo.

Por isso, montado no cavalo dos sonhos, estou em pensamento, partindo para Pombal.

Que todos, a partir de agora, a título de sugestão, façam a merecida propaganda da cidade onde nasceram.

Será mais um passo em favor da paz e da união entre nós brasileiros. Obrigado, e desculpas pela invasão. Domingos.



Domingos Oliveira Medeiros
bringuilim@bol.com.br


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