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Artigos-->ONDE HUMANO, POETA? -- 09/12/2010 - 00:27 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ONDE HUMANO, POETA?



Francisco Miguel de Moura – Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras



Faz algum tempo que o poeta e historiador de nossa literatura (Piauí), Herculano Moraes inventou uma Geração do Milênio, para tirar os escritores do final do século XX e começo deste do rol daqueles ficaram conhecidos como Geração do Memeógrafo (ou Marginal). E eu não me advertira que estava havendo certa diferença a mais nos escritores (menos nos prosadores) deste começo século XXI. Lendo a obra de Luiz Filho de Oliveira, especialmente seu segundo livro, “Onde Humanos”, gritei para mim mesmo: Eis um poeta diferente, com sumo, com força, com raça, que merece ser distinguido dos de antes pela postura lingüística nova, sem querer imitar gregos nem troianos, clássicos nem modernos, apenas ser ele mesmo, a figura impar do que acontece no mundo, o poeta – em forma de palavra, língua, linguagem, versos. Num poema de quatro versos, analisemo-lo quando ele faz “questão de poesia: // “deixe completo ou complete // o verbo é avesso da morte / e por dentro & fora / permanece”. (Espaço de exercício gramático-poético). Noutro poema, este bem maior, assistimos o despacho do “onde humanos”, cujo título enorme não faz medo, mas ilumina o achado da poesia-humanidade, sem sumo de humanismo: “poema armado a sua dessemelhante imagem”(pg.16): “não lapida a palavra este poeta / mas a lapidar-elas¹ como poema / físico- estético, sócio-linguístico / arma /este edifício funcional engenho / erguido na pedra argila cerâmica / papiro, pergaminho, papel tela eletrônica / ao pegar da cunha do estilo do pincel / à caneta esferográfica ao teclado em pixel² / e sobe ao subsolo bem rente ao cume e / desce os degraus rumo ao cimo e / armado o poema resiste firme / com o espaço destes elementos e / veste tais paredes (estas linhas) e / arranha o céu dos sentidos / o enésimo sétimo talvez sim / pela engenharia do pedreiro / pela forma livre do que / em vida edifica texto: / música ou poema /sentido.... espaço humano construindo” (Das preciosas pedras, em Pedro II, à do sal, em Parnaíba).

Quero saber se o leitor, principalmente o comum, o mais sensível, compreendeu o desejo do poeta de arrancar do espaço e do tempo o impossível, o interdito, “a dor da força desaproveitada” que tão bem lembrou Augusto dos Anjos. Não falo dos poetas, eles entendem o que o leitor comum outrora chamava de loucura do poeta. Hoje, não, porque até os músicos, cantores e poetas populares assim se apresentam.

Luiz Filho de Oliveira não precisa de prefácio, apresentação ou crítica. É um poeta pronto para saltos maiores: os de ter seus poemas publicados em editoras e vendidos em livrarias, assim como seu nome divulgado em antologias e dicionários, pois é o que merece. Ele é um verdadeiro poeta Milenista, ou seja deste século e do futuro, digo sem medo. Ele não vai desaparecer na multidão de poetas comuns, porque sabe o que quer, o que faz e aonde quer chegar. É muito bom quando a gente tem poetas assim, individuais, pessoais, inimitáveis, como são as criaturas do nosso mundo onde o indivíduo, a criatura é também o criador de si e do mundo em redor de si. Para o bem e a felicidade da arte. Porque a arte é isto aí: palavras, sons, silêncios, símbolos, imagens que transmitem o até então intransmissível: a poesia. E o poeta é um arauto do futuro, além de ser o intérprete do presente. Poetas e profetas – as raízes sãos as mesmas. Por isto é que são radicais. O estilo de Luiz Filho é radical e ao mesmo tempo racional. As explicações que ele dá às expressões assinaladas com (¹) e (²), nos versos acima, são de quem conhece gramática, linguística e línguas. Cai, assim, no número geral assinalado por Mário de Andrade: “só os poetas que sabem podem errar” – se alguém, por preconceito, achar que o poeta Luiz Filho erra nisto ou naquilo. Ele não erra, ao invés renova. E todos os poetas são renovadores, criadores. Benvido, poeta! Entre, a porta está aberta para a literatura, aqui e alhures.



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