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Poesias-->O crânio dos peixes -- 23/12/2002 - 13:25 (Silvério Duque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O crânio dos peixes

–- poema improvisado à inspiração de João Cabral de Melo Neto –- para o Mundo preciso e ilegível de Ipirá





A Agostinho Ribeiro do Nascimento

e família.; a todos os Ipiraenses de vão-e-vem como eles...







Un souvenir heureux est peut-être sur

terre plus vrai que le bonheur

A. MUSSET













I







– A rodoviária é sempre a mesma

aglutinação de almas a se moverem.;

cada uma com seu vazio diário ao passo

das coisas perpétuas – são os mesmos tipos

diferentes dos mesmos rostos multiplicados, tão

longínquos e sombrios à incansável

jornada de cada dia, por dentro daquela

mesma matéria a cada minuto mais

exposta, a cada passo mais restrita, e, em

cada palavra não dita, uma perdida

urgência de viver...



É aqui que meus instantes declaram

sua existência descontínua e fundamental.;

é na poltrona do ônibus que uma explosão

de vida me elabora por trás dos

seres que fogem.; é por sua janela

que os elementos se resultam

no fantasma incorruptível de meu destino,

na ponderabilidade incorrigível

do meu Espírito... na lembrança

distante de minhas melancolias e de todas

as hostilidades

– da identidade anterior de

todos os meus pensamentos...



Daqui parto, como a última e nenhuma

vez a partir de novo... daqui parto:

circunspecto, impreciso – mas, principalmente,

forasteiro: peregrino da minha e de tantas almas

como todas, talvez?!

Daqui parto, sobre a Asa fugaz

das rodas e da Estrada, ao lado de toda

tristeza profunda e ilegível, com o asfalto

( como a me indicar uma metáfora ) ou

com o meu companheiro de poltrona

a me mostrar, em seu imperceptível perfil,

o espelho de meus dias e de meus sentidos:

a denúncia de minha solidão

( e da sua ), à face fria da evasão

de todos os meus sonhos...



A pouco Feira de Sant Anna some ao longe:

naufragada nas rochas, no calor, e nas mãos penosas

do horizonte infinito.; sua imensidão, e sua

vulnerabilidade, dão lugar à Caatinga

consciente de sua Beleza e de sua Fúria

( faminta de tantas raízes e tantas líricas,

afogada sobre a imensidão fria e perene

dos Céus.; sobrevivente sobre

a tardia evolução das pedras e

dos homens, que com elas

edificam seus dias de tempo

e pó... ): revigorada de um erotismo

verde, a Caatinga toca os meus

olhos de unânime perfume e

consistência...





( Comumente a Caatinga tem a Morte

por amuleto, mas, por esses tempos, a vida

é sua máscara. Concretamente mudo,

o verde que deságua por essas terras

cobre-as de muitas esperanças fugitivas.;

feliz e forte em si mesmo

– e nos instantes que se desprendem

a cada um de seus passos –

o sertanejo sorri: alegre em vê-la,

como por uma primeira vez repleta de saudades,

com a feminilidade das terras que se

casam com o mar, e, entre

ele e sua filosófica longitude, declamam

sua matéria de eternidade afastada:

de vida azul sempre presente

e oculta... )



Angüera surge pequenina e surpreendente,

debruçada na cama dos morros.;

repousada de amor e desencantos

ora tardios ora secretos

e inanimados.

Sobre o tapete duro do prazer das

serras, Angüera, descrente e viva a

cada instante de amor, aproxima-nos

de si enquanto a estrada

a consome em memória...

enquanto a lembrança e o tédio

a semeiam em eclipse e vento

– em santificação letal e falsa

para o novo reencontro dos

antigos esquecimentos

que sempre voltam...



O carro, as pessoas e as esperanças,

cortam a carne da estrada ( nova e velha )

como, ao vencedor, a Morte zomba.

Miúdas certezas, miúdos beijos,

miúdos olhares sobre a claridade doce

das serras se envolvem no ônibus,

enquanto, indiferente, durmo para

tudo isso e busco um tempo

explodido entre os morros que anunciam

a mão esquelética da Transformação:

a síntese precária da natureza

sobre a criação que se extingue

de minuto a minuto,

de vivência em vivência de cada segundo,

de eternidade a eternidade

em cada herança de sono

d outras e d outras

vidas e Vidas...



( Serra Preta existe apenas no mistério

e nas migalhas do imaginário:

nunca a vi... sempre por trás

da paralisia encoberta da montanha

de verde e pensamento.;

sempre decifrada no nada

e naquilo que em mim sobrou de absoluto e bêbado

e que só sei que as tenho só por esquecer.

Serra Preta é uma música da

qual não me lembro de tê-la lembrado

alguma vez... Serra Preta é um

nome, uma rapsódia, uma epifania.;

uma narrativa sem fatos que

reconto a mim enquanto

Eu, os outros e o carro,

sangramos a estrada... )



As paradas que faz o carro são mais que uma necessidade:

são um enterro ( uma morte onde se caminha ) –

são uma existência que vai: depressa,

sempre correndo – a si mesma se levando.

Cada ponto de ônibus é um falecimento.;

cada viajante, que sobre o âmago

do ônibus despoja sua provisória vida,

é mais um morto na descida que leva longe:

longe demais do Viver, longe demais

das cores da Caatinga que,

com o curto tempo, desbotar-se-ão

com a Alma e seus homens

de cor e pedra e alma e sonhos...



Bravo vem manso, cansado...

quase imperceptível ao longe de seu entroncamento

que não leva a parte alguma de todos nós.;

o Bravo, ao contrário de Serra Preta,

não existe no mistério, mas é um

mistério, uma charada que se desvenda

a cada dia enquanto a morte se nos chega:

o Bravo é uma voz que até nós sobe

de tão simples, de tão mística, de tão

pressentida no vazio dos

ônibus sempre ocos...



( Os rios por essas épocas do ano

são como veias para os ossos da terra, para

os esqueletos das rochas e para o espírito dos

gados que se pensam – quase sempre sem sangue,

quase sempre esquálidos, abandonados

de soluções e de vastos mundos

por onde passam...

Os rios quase nada nos dizem de velharias,

de retirantes, dos corações perdidos

de pó e espinhos e gente e santos e mil diabos.

Os rios, como fios elétricos da terra

inumana e indesejada, sempre nos falam

do fazer falso do Novo.; do divino

por fora de todo perdido...

Os rios, mesmo na Caatinga,

são sempre novos, infantis – adolescentes,

talvez?! – mais imaturos como

nunca, mais jovens que a Eternidade

que ao mesmo tempo é velha

e transcende o tempo, as coisas

e suas almas,... e seus

vestígios... )



A serra ao longe, que a pouco era uma

menina, observa-me do alto de sua testa de árvores

e pedras como um Adamastor adoecido

– Pau Ferro fica logo atrás desse gigante

ingênuo: com seu perfume de lembrança

e sua metálica audição de granitos, bambus,

bananas e macambiras.; com sua imensa e inexplorada

longitude de poucos metros,

com seu colossal abandono de

pequenino.; seus abismos de pai ao lado

da materna dor do Nordeste

escondida no ventre dos sertanejos

que são um único fraternal e

fraco corpo.; Pau Ferro tem a cor do cheiro

das plantas sertanejas e a desilusão

de seus habitantes e de um tempo

que é, para sempre, ontem...

O amanhecer voa claro em Pau Ferro, e o colorido

do calor do dia sopra mais fundo em

minhas vistas.; e a ânsia de ultrapassar

os instantes dependurados sobre Pau Ferro

perdem-se em mim como estes últimos

versos com que chego ao quase

fim de minha jornada –

começada dia a dia entre o

sempre e derradeiro fim...





















II













– Eu sinto Ipirá como quem chega de mim

ao chegar em seu abdomem de sangue

e mármore ( aliás, para que valeria

tanto chão e pressa

se cada hora

não fosse perfeita

sobre esse destino tão

presumível

e impossível de

se viver.;

do que valeria

tanto se cada coisa

sempre-mesma

se apresentasse a mim

indefinível...? ).; Eu

sinto Ipirá ao vê-la e ao pisar-lhe

o chão como peregrino que sou e de mim mesmo.;

Eu a sinto como quem sofre e como quem come.;

sinto-a em cada um de seus ares com

fincadas flechas nas aproximações

das crianças que aprenderam

a não ter esperanças e

algum dia

testemunharão

o grave frio das fúrias

que a alma nos entrega e

pede de volta na

mesma sã e

incorruptível

moeda.

Estou em Ipirá:

depositado e abreviado

de dias e compromissos

menos imediatos.;

estou em seu olho que

me parece vir...

estou em

sua velhice

e em sua vontade...

Estou no sono

de Ipirá

quando aqui

sempre chego e

Ipirá me espera ( Ipirá

me espera em si,

por dentro de mim e em

nossa sabedoria desmemoriada

por parecermos demais... – Ipirá me saudara... ) –

o Tempo muda rápido, numa vagareza mais do

que comum do tempo e seus artífices, e

o vigor do encontro é mais demorado

e um quanto que mais enérgico.

Pois, aqui, já dizia alguém da terra,

que sangue, suor e todas as

lágrimas dos dias

se misturam nesse chão

de barro e vida.

Os dias por aqui,

apesar do sangue, e da

transpiração dos dias e dos

muitos sentimentos.;

apesar dos homens e dos

porcos, das máquinas, das alfaces,

dos fumos, de suas mulheres

e de seus falimentos,

estão em minha tranqüilidade...

A feira é um gesto.; um

acordo entre

seres entrecruzados.;

um aperto de mãos abreviado

de vida e de longas descidas

pelo rio da morte

e da insatisfação

– a feira ( tão famosa e tão não

lembrada por tantos )

deposita sua voz

no lombo surrado dos

carros de bois

e dos homens sobre os carros

e sobre os próprios homens.;

permanecidos parados,

pedindo perdão aos seus

primeiros pecados

e palavras.;

parecidos, profundos,

profanados,...

parte por parte – repartidos.

Ipirá talvez seja

um rio de tão idoso

ou a própria morte

de tão forte e de tão

inegavelmente precisa.

Ipirá cabe em três palmos e meios

de minhas mãos

vista do Morro Alto,

e Eu caibo em sua

subjetividade

como quem se imagina

em matéria leve e

incorruptivelmente

bruta.

Mas nada é maior em Ipirá

que a sua desilusão

de mais de mil cabeças:

cabeças de gentes,

de porcos,

de bois, de galinhas,

de comércio,

de pasto e leite...

Calcada no infinito

profundo e desnecessário

dos morros e das fazendas,

Ipirá se move ao passo

dos jumentos que carregam

o mel da Caboronga

( a velocidade dos jumentos

é uma velocidade imprecisa –

é a velocidade da esperança e do

medo de toda esperança. )...

Ipirá é uma migalha orgulhosa

de Universo

ante à incompreensão

suja e santa

do próprio Universo...

Despida de Céus,

sua honradez desnecessária

germina-se dos verdes pastos

dos morros que são seu travesseiro.;

e de seus capins ( de um verde imenso

de vida e anulação ) –

tapete efêmero e irrecuperável

de suas obras cristalizadas –,

caem seus animais de ferro

e rocha e carne e espiritualidade

inumanas:

breves brados surdos das paisagens

inconcluídas de sua memória

e de seus braços atados

à suspensa pena

de intervenção definitiva

da concepção do tempo

como agente consciente da dissolução

das coisas...

Eu respiro Ipirá pelas narinas da noite

e pelos pulmões das madrugadas mais próximas e breves...

Sinto todo o seu perfume de profundidade e angústia,

de sensações de medo intensificados de suas

banidas lembranças e de seus momentos

maiores de dramática intensidade,

de seu determinismo, de seu

gozo profundo acompanhado

de dor tão forte e religiosa,

de sua reprodução e morte...

Ipirá aspira à vida em cada um

de seus paralelepípedos,

em um a um de seus becos.;

uma por uma de suas praças

e ruas quase infinitas

e que são nervos de seu cérebro

esquecido e lúcido

de loucura concreta e adequada.;

Ipirá respira a vida

em sua linguagem

mística de

sertanejos calados

e animados de vazio e

doçura.;

Ipirá deseja

e sopra vida

e Vida

no aroma

incorrupto

de seus mendigos,

roceiros,

senhoras e

putas.;

Ipirá é um viver

reescrito em palavra e

dor: numerosa

dor, inflexível e

admirável dor:

dor de gentes.;

dor de gentes maiores

que outras gentes.;

dor de gentes

convertidas

em bois e carros.;

dor de gente transformada

e transfigurada em porcos.;

dor de gente e de morros.;

dor de gente e lixo

e gente de lixo e dor.;

dor de gente convertida em outros.;

dor dos outros.;

dor de nós.;

dor de Ipirá e suas células.;

dor infinita e

inumerável.; dor de

mim, que estou em sua glória

e em sua fraqueza.;

que estou em seu sexo

e em sua conversão.;

em seus olhos.;

em sua boca

e em suas

palavras.; ...

em sua mudez,

em seu horror...

em sua devoção.

Ipirá é para mim

esta amizade corrupta de sonhos,

como a juventude das pessoas e dos amanheceres,

de Ipirá retiro quase todos os dias os barros

de minhas línguas e as sementes

das pernas que se apressam

de tanto chegar a mim

e em seu surpreendente

avivamento –

e esta vontade de amar a vida de novo e

pelo avesso encontrei em Ipirá

e em cada mulher de sua terra.

Ipirá é um sonho:

dormindo sempre na memória

dos homens munidos de olhos e

facas, abraçados aos rios e à nascente

da ilegível bica da Caboronga

e abaixo da superfície calma

do entardecer dos dias,

que são mais bonitos sobre as planícies

quase imaginárias,

onde a Estrada e Baixa Grande

são uma idéia

coberta dos concretos abstratismos

da carne virginal

dos delírios da feira

na falsificação do meio-dia.

Deste sonho, que é Ipirá,

acordo sempre para dormir

de novo em seu leito de chagas

e frutas frias e calmas.;

Ipirá se encontra dentro de muitas outras coisas

como muitas outras encontram-se dentro

d’outras muitas outras

coisas e d’outras...

A música que

Ipirá respira

é como o doce líqüido

da paz do sangue das carroças

e dos carros alimentados

de gentes e de imensos

e vulgares vazios de

gente vazia e líqüida

como sangue e música...

As horas de Ipirá

são como as voluptuosas horas

dos presentes velozes a

se retardarem.; de

relógios parados de tempo.;

de tempo parado de movimentos

fluídos e líqüidos

como relógios,

como pássaros

( que não mais existem ),

com seus carcarás ( a não mais existirem ),

com seus mamíferos ( que ainda existem ), como

minha vida ( que não se quer e existe ), como

Eu...

Eu, impuro e branco como as chuvas

que alimentam a imprestável

jovialidade da vida que

beija a Caatinga

como uma chama ou

como o brilho do gelo e do vento

que me transporta –

e transporta também a Ipirá –

para o esfomeamento

da felicidade temporária da Caatinga

quando verde,...

para o afogar-se

invisível

de todo este lençol de

Beleza agora morta

e desejada.; o cobertor da morte

como vida e castigo

de tantas vidas

a se compreenderem tanto...

Ipirá trava em si a violenta e invisível

luta de elementos

e de origens construídas de

absoluta violência e cuidado no

exíguo espaço da

cidade que dorme para si

e para seus filhos

vestidos de sombra e noite:

noite orgânica.; noite mínima em

mínimo homem.; homem

mínimo em mínima

noite morta.;

homens mínimos e inteiros,

singelos momentos de

existência e morte.;

homens que ali apreendem ritmos populares

das festas e dos deuses que erram em amar sua Criação

– na clandestinidade imposta dos sonhos das crianças

que cruzam os órgãos expostos e verdes e claros

daquelas roças, onde a vida pousa lentamente

na inocência abundante dos pés daquelas crianças e nos

seus sonhos igualmente infantis e desnecessários a tantas

coisas doadas pelo bruto branco dos mundos.

Ipirá está povoada da

dura realidade mística do

aroma de suas paisagens que

também são homens:

místicos e perfumados como a paisagem.;

a paisagem e sua sensualidade

branda e incansável,

com seus pássaros e mamíferos

de paisagem e espessa fantasia...

a paisagem e seu atributo essencial de poesia

e das cores de Ipirá que me olham

como a uma impressão de

ponte no processo mesmo da visão das almas

no prefácio fictício passo a passo

seguido ( Ler soir clair nous conduit au jardin taciturne...

e a Morte rasga o Silêncio dessas flores e febres que

são para as almas como o sol imortalizado no

fechar dos olhos destas tardes de dor e azul

inegavelmente profundo... E o Sol que

dorme é o temperamento daquela

alma perdida em Ipirá, decifrada

no Céu e no incunábulo obscuro de

sua terra, de sua sombra, de seu pó...

de sua lembrança encarcerada no

silêncio dissonante da memória

interligada com o ocioso Sublime ).;

pela minha vida noturna e

fascinada.; dans mon

coeur ébloui –

e mais um verso de

Paul Morin me

aborda e me toma...

Ah!, Ipirá,

afogada de tanto Infinito,

centrada nos vales da razão geológica

e inorgânica da Caatinga imortalizada de miasmas, Ipirá

de meu amigo Agostinho, de seu pai,

de sua avó, tão distante ( e de seu

Esquecimento ) – Ipirá que

fenece em seu duro

e generoso parto...

Ah, Ipirá de

meus amores

mitológicos

e inegáveis.;

Ipirá reproduzida

em meus ossos

e em meu

eterno presente.;

Ipirá de tantos

olhos, Ipirá

de tantas

almas.;

Ipirá de

tantos e tantos

sonhos...

Ipirá

sem

nome...





















III









– ( O mar é a antítese das terras onde

habita o Sertanejo.; cheio de cor

– cor eterna, é claro –,

repleta de vida,

cheio do mover insustentável e indivisível

dos peixes que assistem em seu ventre

feminino e hodierno como

todos os passados pressentidos

ou como todos os futuros

que se esqueceram...

Como os peixes que no mar habitam

– também como os peixes que nos rios vivem –

cada homem do Sertão corre atrás da vida,

fabricada ou vendida ,

trazendo a morte e o esquecimento

de muitos outros por carga ou

por sorte...



A Caatinga, que esquece

os passos de cada homem

produzido dela,

ao contrário dos rios

e do mar

e da memória,

que não consomem

os peixes,

destrói e reconstrói,

à sua maneira,

cada

homem e cada vida

martelada

e revigorada no

homem:



Peixes:

como caudas e barbatanas

de homens –

Homens:

como as

escamas

e o crânio dos peixes... )







[Ipirá – Feira de Santana, dezembro de 2001.]
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