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cronicas-->O ELEVADOR FROIDIANO -- 16/06/2000 - 17:38 (VIRGILIO DE ANDRADE) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O elevador social do meu edifício sempre quebra nas horas inoportunas e inesperadas. Estou certo de que escada sem degraus padece da aptidão froydiana para desvendar os caminhos e mistérios da mente humana. Sua capacidade para perscrutar as mais íntimas e insuspeitas máculas dos pacientes que acolhe na providencial rotina urbana é algo que me causa espanto. Não há máscara de falsidade que não possa despir. E não há chaga na alma que não possa curar.

Dizem que sua paixão pela psicanálise, decorre do ócio. Tanto o é, ofertou seu espaço físico a serviço da psique, e passou a semear pétalas de alegria nos corações dos moribundos que vagueiam na face terrestre como se fosse um bando de zumbis escarlate.

Do meu lado, já não me dou conta das vezes que presenciei vizinhos atarem relacionamento fecundos; parceiros quebrarem a abstinência de longos e ininterruptos anos, após uma de suas breve e instrutiva seção de psicanálise de grupo.

Na semana que se findou, nosso psicólogo sexual cometeu o desatino de patrocinar a união da Dona Fátima, moradora do 521, com o Capitão Junqueira, do 822. Inimigos carnais.
Ontem, em uma das suas costumeira consultas noturna, cometeu o desatino de promover, no aconchego do divã metálico, uma noitada de sexo seguro para um casal de jovens enamorados.

Aqui, cabe uma explicação: levando-se em conta que os pacientes não dispunham de local apropriado para comprovarem, na prática, uma certa teoria da atração da química das massas; fizeram uso do aconchego do consultório para experimento e avaliação. Daí, pintou o clima, e os pacientes, já impacientes, meteram os pé pelas mãos e transpuseram a barreira que separa a arcaica teoria da inocente realidade.

Se você padece de puritànice, escute-me esta advertência: não o julgues libertino, pervertido ou cafajeste por propiciar a outrem momentos de felicidade. Se sua falsa moral não lhe permite admitir que gostaria que o mesmo se desse consigo, não interfira na felicidade alheia. Sorria. Liberte-se do seu casulo de insónias e dê um pulo lá no meu edifício. A consulta e grátis.
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