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Cartas-->Minha história -- 24/09/2002 - 21:34 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minha história pode ser facilmente contada de acordo com as minhas ex-namoradas, não foram assim tantas, cinco, esse deveria ser o número médio de namoradas das pessoas, cada uma encerrou em si uma fase da minha vida.
Antes de contar a minha história devo me apresentar, eu sou apenas mais um rapaz latino-americano desses nascidos no interior, que sonha sempre e não desisti nunca, levo sempre na bagagem uma foto da minha mãe e um travesseirinho azul que ela me fez antes de eu nascer.
Com um perfil desses posso parecer um babaca, né?
É, mas não sou não, pelo menos é isso que eu acho, mas a gente às vezes se engana, sei bem disso...Mas vamos logo a história que eu queria contar:
Minha primeira namorada de verdade foi a Anita, tínhamos acabado de entrar na faculdade, eu na PUC ela na USP, era uma dessas neo-hippies que surgiram por aí, gostava de coisas metafísicas e existenciais, mas não curtia esses papos de droga, só gostava era de beber uma boa cerveja nos bares da vida.
Esse meu jeito meio idealista veio um pouco dela, aliás, eu aprendi muita coisa com cada uma delas, com ela aprendi a contestar a tudo e a todos, tudo é relativo e nada é absoluto.
A Anita era simpática, mas não era uma mulher bonita, era muito magra e gostava sempre de usar aqueles vestidos longos de hippie, tinha cabelos loiros longos encaracolados e um sorriso fácil, acho que me apaixonei foi pela inteligência dela, adoro mulheres inteligentes.
Começamos a namorar numa lanchonete, dessas de esquina, nada de Mc Donald´s a Anita era radicalmente contra os “imperialistas americanos, fundamentalistas do capital”, eram sempre as frases desse naipe que eu a ouvia dizer com aquele jeitinho bravo dela, eu nem a conhecia antes, fiquei conhecendo quando ela me pediu o cat chup e acabei derrubando no chão, ela riu e me achou engraçado e atrapalhado, conversamos durante horas e horas e acabamos nos beijando pela primeira vez na porta do prédio dela bem na hora que estava indo embora, ela ficou olhando para mim com uma cara do tipo, “E ai não vai me beijar?”.
Nosso maior feito amoroso foi ter feito amor de baixo de uma arvore no parque Ibirapuera num domingo no finalzinho da tarde, foi à primeira vez dela, acho que toda vez que ela vai ao Ibirapuera deve lembrar disso, pelo menos eu sempre lembro.
Acabamos nosso relacionamento um dia numa loja de CDs, ela queria comprar um cd do Cartola e eu fiquei rindo da cara dela, ela ficou brava e foi embora, resolvi não ligar e não liguei, algumas vezes quando o telefone toca fico pensando que pode ser ela.
A segunda foi a Lídia, essa era linda , morena de fechar o comércio, pelo menos o meu comércio, era mais alta do que eu tinha um jeito assim meio francês sabe, esnobe mais simpática, além de bonita era inteligente gostava de jogar xadrez e adorava usar vestidos pretos, sair com a Lídia era gastar, gastar muita grana, só gostava de lugares caros e eu às vezes tinha que inventar gripes e viagens para economizar um pouco de dinheiro.
Eu a conheci numa festa de um amigo mais abastado, ele queria beijar a amiga dela e me escalou numa missão quase impossível de ficar com ela, ganhei na conversa e pelo olhar, ela me disse que gostou do meu perfume e dos meus olhinhos de cãozinho abandonado.
Uma vez viajamos para Campos do Jordão no inverno, ficamos na casa de uma amiga dela, uma dessas patricinhas filhas de industriais bem sucedidos, foi um luxo só, a melhor viagem que já fiz na minha vida comi as coisas mais caras que jamais havia comido e ainda passei frio com estilo.
Eu amava muito a Lídia só que sentia que não pertencíamos ao mesmo reino animal, ela sempre me tratava bem, adorava me dar presentes, um dia ele me deu um urso de pelúcia, mas não era um simples urso não era um ursão bem gigante mesmo, vê se isso é presente para homem, mas eu adorei, guardei ele lá na casa de mamãe, ela dizia que eu era o smart boy dela, ela adorava falar tudo meio inglês assim apesar de ter jeito de francesa.
Ela me dizia que gostava do que eu falava e do jeito que eu falava, aprendi a ser sincero com ela, ela nunca mentia.
Nosso maior feito amoroso foi eu ter convencido ela a fazer amor na beira do mar, pois ela odiava praia, dizia que a areia grudava na pele dele e deviam cimentar as praias, pode?
Terminamos um dia numa boate, olhei a minha volta e percebi que não estava onde deveria estar, não pertencia a aquele lugar, dei um beijo na testa dela e fui embora, ainda somos amigos, ela me liga nos meus aniversários, casou com o irmão da menina dona da casa de Campos de Jordão, ela tem uma filha.
A terceira é a Juliana, ruivinha e lindinha, cheinha, com aqueles excessos de gostosuras que eu adorava, era bem séria, mas um amor de pessoa entre quatro paredes ou sem ninguém por perto, era toda envergonhada não gostava de beijar em público, sempre foi cdf na faculdade tirava as melhores notas de sua turma e todo mundo pedia matéria para ela, gostávamos de ir ao cinema ver filmes alternativos, mas na maioria das vezes acabamos vendo os filmes de sucesso mesmo, tínhamos muita coisa em comum, diziam que nossos sorrisos eram parecidos e às vezes nos confundiam com irmãos.
Nos conhecemos na faculdade, numa aula de economia, pedi uma explicação para ela e notei que ela tinha um jeitinho que me agradava, marcamos de estudar lá em casa e acabamos estudando a geografia de nossos corpos.
Só que a Jú era muito estressada, sempre muito preocupada com tudo, sofria por antecipação, tinha encanações com gravidez, às vezes quando nos beijávamos de uma maneira mais forte e rolava uns esfrega ela me ligava no dia seguinte perguntando se podia ter ficado grávida, aprendi a me preocupar com a vida e a ser mais responsável graças a ela.
Nosso maior feito amoroso foi ter feito amor de verdade uma única vez, nunca vou esquecer dos olhinhos dela fechados e da minha felicidade de ter conseguido amar de verdade aquela garota.
Terminamos por telefone, ela estava com dúvidas sobre o sentimento dela, aliás, ela tinha dúvidas de tudo, doeu muito naquela época, hoje ela mora na Espanha e se casou com um Inglês que vive lá, acho que nunca mais vou voltar a vê-la.
A Paula foi à quarta, era bem mais velha do que eu, foi uma mãezona para mim, me ensinou quase tudo que eu sei sobre o que é amor e respeito, ninguém da minha família a conheceu, tivemos medo de preconceito, ela foi muita mais do que minha namorada,era uma amiga de verdade, nosso amor foi rápido porem intenso do tipo cinco anos em cinco meses, nos conhecemos num bar, era uma sexta-feira chuvosa, eu estava de bode por causa da Jú, sentado ali sozinho naquela mesa de bar eu estava enchendo a cara de tequila e lendo um livro de poesias do Fernando Pessoa, isso despertou a curiosidade dela, foi assim que começamos por curiosidade dela e curiosidade minha de saber como era beijar uma mulher bem mais velha do que eu.
Formávamos um casal feliz, nos víamos sempre escondidos, por causa dos filhos dela e isso tornavam as coisas mais excitantes, íamos muito ao teatro e a museus, aprendi a gostar de artes com ela, nosso maior feito amoroso foi ter feito amor um final de semana inteiro só parando para jantar no sábado e para tomar café da manhã no domingo.
Terminamos quando ela ficou com ciúmes das minhas amigas mais novas e pela insegurança que isso causava, além da filha dela estar começando a desconfiar que ela tinha um caso com alguém, hoje somos muito amigos, ela ainda dá palpites na minha vida e adora ouvir minhas aventuras amorosas, vive dizendo que sente a minha falta.
A Marina foi a quinta, adoro o nome dela, vem do Latim, oriunda do mar. Nome de mulheres muito dadas ao sonho e a fantasia. Costumam refugiar-se no seu mundo de fantasia quando se encontram frente a determinados problemas especialmente familiares que não conseguem solucionar e ela é isso mesmo, no fundo uma problemática adorável, a pessoa que eu gostaria que ficasse do meu lado para sempre, um sorriso lindo, sempre com uma palavra de carinho e me dando forças para continuar, no fundo somos cúmplices da vida, estamos construindo um novo amor e uma relação baseada no respeito e na confiança, não preciso mais olhar para trás....
A minha história também pode ser contada por meu cinco maiores porres, o primeiro foi com 15 anos...

P.S. : Essa história não é autobiográfica, mas toda história tem sempre um pouco do escritor, nem que seja uma partícula.

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