Tenho reparado que a ausência de afeto nas sociedades contemporâneas, onde vigora um monetarismo selvagem, tem deixado as pessoas, todas, doentes. Exploradores e explorados acabam sendo vítimas, sem exceções. Os primeiros, de forma muitas vezes inconsciente; os segundos, na prática, posto que tem suas personalidades subjugada pela necessidade. Essas relações doentias verificam-se de pais pra filhos, e de empregadores e empregados. O motivo é óbvio, mas todos fingem ignorar: falta afeto nas relações. Afeto autêntico, mão na mão, elogios, beijos, incentivo, importância. As pessoas, desvalorizadas, murcham e adoecem.
Ninguém é feliz vivendo apenas por dinheiro; precisamos amar e ser amados. Sermos respeitados, valorizados em nossos talentos e valores.
A própria violência explícita nada mais é que o desespero de quem a comete. Fora um ser verdadeiramente celerado, quem tendo uma estrutura verdadeiramente humana, dignidade, atacaria seu próximo muitas vezes chegando a matá-lo. Por que isso acontece? Imagino que é muito difícil extrairmos santos de quem nasce e cresce em condições subhumanas. É claro que aqui estou falando de forma genérica, não de exceções.
Sempre há os que querem levantar a bandeira de exemplos individuais para alardear uma estatística. Mas isso é uma premissa não poucas vezes, maldosa. O mundo não é feito de Madres Terezas e Mozarts; é feito de indivíduos médios e alguns abaixo da mediocridade, posto que não há um incentivo a cultura humanista; uma mentalidade que supera as barreiras impostas pelas religiões e nacionalidades.
No mundo globalizado de hoje, aonde não houver mentalidade solidária, haverá caos e conflitos estúpidos, tudo porque os homens ainda não se exercitaram na mais elementar das artes: a arte de amar.