Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Onde flui as incertezas
Na correnteza que é lenta
Não por causa da natureza
Mas pela interferência
Nem sempre honesta e digna
Das proezas
De quem lamenta a frieza
De quem faz interferência
Às vezes faz parecer incompetência
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Onde a dor se abre
E se mistura a alegria e a febre
De quem se manifesta e aparece
Ninguém sabe
A diferença da dor e da felicidade
Quem aparece sente
Quem é feliz sente
A falsidade
De onde
Para onde
Já não mais se vê
Pela correnteza
Talvez
Sinta-se
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Levem as mágoas e o desprezo humano
Para bem longe
E bem fundo
De onde não possam voltar
Nem mesmo na lagoa
Que se forma
Como um labirinto deste rio
E nem fique algo pequeno
Que possa algum dia vir à tona
E contaminar as águas deste rio
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Deixem a esperança
A quem tenta e alcança
O pescador não cansa
Mas um dia cansará
Se a esperança não alcançar
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio
Nas águas deste rio