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Poesias-->52.O DIA -- 17/12/2002 - 07:51 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


I



Eu luto, ao fazer uns simples versos,

Para levar ao mundo a minha idéia,

E os meus amigos juntos, na assembléia,

Não podem bendizê-los, por perversos.



Não cai um só brilhante na batéia,

Pois ficam lá no fundo d água imersos.

É como estes sonetos cá dispersos,

Que causam, ao se ler, só dispnéia.



Mas vão dizer que, em vez destes lamentos,

Podiam ser expostos pensamentos

De luz, de amor, de vida e de perdão.



Aí é que complica a minha rima,

Pois é só quando a alma se sublima

Que o verso ao sentimento dá expansão.









II



Eu posso até falar dessas virtudes,

Pois construir o verso não me afeta,

Embora, se me chamam de poeta,

Mais cheio eu fique ainda de inquietudes.



— “Se não podes seguir por esta reta,

Eu não sei por que a isso tanto aludes.

Espero que, bem prestes, o tom mudes,

Que amor há de ser sempre a nossa meta.”



Por ter razão o amigo que assim pensa,

Vai receber de mim a recompensa

De um verso bem mais sério e competente.



— “Prepara-te que o dom exige esforço.

Para que adentres dos gentis o corso,

Vais ter de dar de ti a toda a gente!”









III



Queria o nobre amigo ver a vida

Pela luneta mágica do bem.

No entanto, não se esforça, pois não tem

Quem venha dar-lhe o amor que convalida.



Quem do evangelho as leis do bem retém,

Jamais irá ligar p ra rude lida,

Porquanto a caridade amor convida.;

E quem recebe amor o dá também.



O círculo se fecha em torno a mim,

Deixando-me mui zonzo o silogismo,

Já não sabendo agora qual o fim.



Se, no começo, foi o Cristianismo,

A caridade, o bem, o amor, enfim,

Prosseguem inda mais no Espiritismo.









IV



O trato desta turma co o escrevente

É de apanhar ditados sem rascunho.

Foi como se inventou dar testemunho

De quem age por via conseqüente.



O verso que lhe dou de próprio punho

Contém do etéreo algum ingrediente,

Mas o formato e o tema, realmente,

Mantêm dos encarnados o seu cunho.



Por isso, o povo pensa que o mortal

É quem redige a glosa, sem pudor,

Querendo dar de bom e coisa e tal...



No entanto, se existir algum valor

No aspecto importante da moral,

Proponho ler os versos com amor.









V



Se lhes disser que estou bem sob a luz

Que do Alto descai, bênção divina,

Que sigo as normas todas da Doutrina,

Que faço sempre como quis Jesus.;



Se lhes disser que o verso meu ensina

Como chegar ao reino, sem a cruz,

Mostrando o bom caminho que conduz

À tal felicidade peregrina.;



Perguntem pela sombra que se estende,

Perguntem pela rima que não rende,

Perguntem pelo tema desconexo.



Aí, vão descobrir que o sentimento

Vai redundar em triste desalento,

Pois ser arcanjo é muito mais complexo.









VI



Tentar, tentei, que os versos cá estão.;

Pensar, pensei que a rima se fizesse.;

Julgar, julguei que o belo tema desse

Para formar soneto de emoção.



Rezar, rezei a minha pobre prece.;

Penar, penei, ó rude coração!.;

Amar, amei, que amor jamais diz não

A quem deseja a luz p ra boa messe.



E agora eu ergo os olhos para o Céu,

Rogando que me afaste do escarcéu

Que faz minha consciência despertada.



Eu sinto que, no verso, sou bem-vindo,

Que, ao menos, um soneto ficou lindo,

Conquanto para o bem não seja nada.









VII



Eu tenho este rimar sobressalente,

No caso de dar tempo para um verso

Que, embora traga o ritmo perverso,

Possa tornar a turma mais contente.



O tema é pobrezito, este que verso

De modo mui banal, irreverente,

Conquanto ainda almeje que se esquente

Quem tenha sentimento bem diverso.



Anima-te, tedioso coração,

Que o dia se ganhou numa oração

Que pôs a triste mágoa para fora.



A luta pelo bem não tem fronteiras.

Ainda que lutar nem sempre queiras,

Compõe o fim da estrofe e vai embora.



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