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Artigos-->Global Way Of Life (Mercado & Pastologia) -- 04/10/2010 - 19:36 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130951675550316500
“Uma nação de Tiriricas

merece um Tiririca no poder.”

(Daniel Piza)





Quem acessa os canais abertos da TV não tem muita opção cultural. Mesmo com o controle remoto na mão. Teoricamente basta apertar um botãozinho e “Plimba”, a qualidade da imagem aparece na telinha. Os modelos de comunicar dos meios da comunicação visam chegar aos indivíduos com pouca reflexão. Com uma educação para iletrados.



Dialeticamente, como afirma o professor Bial, “este é o país mais letrado em termos audiovisuais”.



Existem tantos técnicos de futebol, “como nunca se vil antes neste país”, quanto pessoas que sabem como se comportar num palco de programa tipo Big-Brother. Ou seja, no Brasil todos são Ph.Ds em comunicação. “Isto é de uma sofisticação incrível”, segundo nosso professor citado no primeiro parágrafo.



As imagens e a expressividade dos que as comunicam, gera comportamentos padronizados. As pesquisas indicam “o que o público gosta mas não o que o público quer”. Entre o que a turma do bar do Zezim quer, e as madames que habitam o território mágico e misterioso dos apartamentos de cobertura no Leblon, não há muita diferença. Desde que todos se plugam na mesma novela, nos mesmos jornais nacionais, nas mesmas coberturas dos jogos de futebol. E possivelmente não são muito chegados à leitura de livros. Exceto os subscritor pelo pessoal que aparece nas mídias.



Técnicos, executivos, apresentadores, todos têm participação no que transmite a Tvvisão. Todos são vocacionados à comunicação via imagens. E à tarefa de expressá-la.



BIAL: Qual foi a notícia mais importante do telejornal? Ninguém sabe.



DECIO: Ninguém sabe por quê? Porque não há notícia mais importante. Todos vivem no universo globalizado do fluxo da comunicação do espetáculo. Tudo é show. A realidade é o show-biz dos telejornais. E os candidatos à presidência são tão caricatos quanto a Mônica, o Cebolinha, a Luluzinha, o bolinha, o pato Donald, A Isabela, o Pateta, o Mickey, Homer Jay Simpson, Marjorie "Marge" Simpson, Bartholomew "Bart" Simpson, Elisabeth "Lisa" Simpson e Margareth "Maggie" Simpson.



Milhões de eleitores brasileiros fazem parte dos exércitos de necessitados da esmola do Bolsa-Bufa. Por quê? Porque seus políticos Tiriricas fazem deles, “como nunca antes se vil neste país”, personagens de histórias em quadrinhos. O deboche institucional com que o Presidente analfabeto fala de questões decisivas para a educação social do eleitor, ecoa na memória pessoal involuntária de cada um deles, eleitores, tiranizando-os cada vez mais implacavelmente, toda vez que defende personagens da política notórios pela atuação fundamentalista na afirmação dos esquemas tradicionais de corrupção institucional.



O Polvo brasileiro, seus sofrimentos, suas reivindicações sociais, suas carências atávicas, sua humilhação social, sua degradação gradativa, seus corpos e suas mentes impiedosamente sucateados pela corrupção estrutural promovida pela interação de interesses jurídicos e cartoriais entre os poderes políticos, está pra lá de Bagdá, de Marrakexe, do Afghanistão. Sua situação social, mascarada pela alegria simulada das festas folclóricas e dos carnavais fora de época, na realidade “full-time” de uma frustração, pessoal e coletiva, atroz.



Os brasileiros, senhores políticos, desejam respeitá-los. Não como Tiriricas de programas de humor ou histórias em quadrinhos. Os eleitores brasileiros desejam respeitá-los como representantes de uma atuação política que não seja expressa pelas imagens diárias de uma intimidade que se confirma com a presença de vocês no sofá da sala de jantar como agentes da deterioração aviltante dos costumes.



O Polvo eleitor brasileiro precisa dos senhores, em caráter de urgência urgentíssima, para ajudá-lo a começar a sair do fosso profundo, do fundo de poço da degradação, física e mental das crianças, dos adolescentes, dos adultos e idosos, todos há muito sendo consumidos pela ferrugem deletéria do exemplo de conduta que os senhores representam para a sociedade.



Esta sociedade anônima Brasil está em vias de ser consumida definitivamente pela atuação globalizada dos estímulos externos (exteroceptores) provenientes da reprodução TVvisiva do comportamento institucional nocivo à mais elementar noção de respeito próprio e auto-estima, pessoal e coletiva, resultante da disseminação da atuação institucional dos senhores. Políticos.



A acreditar no que os eleitores têm visto e ouvido nos debates promovidos pelas emissoras de rádio e entrevistas TVvisivas, não há nenhuma mínima esperança de que os senhores tenham um projeto social que invista na educação. Sem salário, os professores são desrespeitados e desprestigiados a partir da noção social (“fator econômico”) de que, quem ganha pouco não merece respeito.



Imaginem-se, senhores políticos, numa sala de aula, buscando ensinar os rudimentos dos saberes necessários à formação cultural de uma geração vidrada em violência e corrupção político-institucional. Nessa sociedade onde prevalece o conceito básico de respeito próprio a partir do aliciamento pessoal às solicitações de participação social em esquemas de corrupção, aliciamento, tipo sanguessugas, aloprados. Mensalão.



Imaginem-se, senhores políticos, numa sala de aula de uma instituição de ensino dito superior, tentando interagir com uma mentalidade discente educada pelas instituições de uma superestrutura de poder social que repassa, via imagens, a dramatização expressiva de uma classe política dedicada a promover escândalos que não mais escandalizam pela rotineira e diária continuidade com que acontecem aos olhos moralmente desorientados, politicamente condicionados, pelo comportamento institucional em proveito próprio e de suas contas bancárias, em detrimento dos investimentos em educação social. E de outras demandas sociais igualmente afetadas pelas pulsões paleolíticas que regem o comportamento institucional dos senhores no Parlamento.



No Parlamento (Congresso) e nos governos municipais, estaduais, federal. Nas câmaras baixas onde impera o interesse privado sempre tentando se apropriar dos recursos públicos. Esse massacre institucional, se configura num teatro social, globalizado, vergonhoso, que aterroriza cada dia mais um pouco (como se isso fosse possível) os eleitores. E vitimiza as novas gerações que, sem provimento escolar para o preparo de aquisição de saberes, são facilmente cooptadas para as empresas nacionais e globalizadas do tráfico, da prostituição, da pedofilia, do incremento das ações de violência e barbaridades nas cidades globalizadas pela pulsão do consumir. Mais. Mais. Mais.



Os senhores compreendem que, sem salário, não há nem haverá repasse de saberes por parte de professores e docentes? A aquisição de saberes exige investimentos. A atualização desses saberes exige mais investimentos. A reciclagem dessa atualização, igualmente. Investimentos. Políticos. Sociais. E os senhores condenando gerações e gerações de crianças, adolescentes, adultos e idosos a pastar na carência esquizóide das necessidades mais básicas para as quais os senhores são eleitos para prover. A sociedade.



E em seus discursos não há nada a mínima esperança de que essa situação de sadismo institucional, de perversidade política atávica, de penúria nas instâncias mais básicas dos investimentos sociais, vá mudar. A alienação social dos senhores é simplesmente sobrenatural. Sem que esse paradigma mude, os senhores não reconhecerão a própria humanidade. Esquecida? Não sei.



Os senhores foram educados numa situação cultural semelhante a esta que promovem com relação a seus eleitores? Certamente sim. Do contrário não estariam investindo numa sociedade, presente e futura, na qual os paradigmas caducos dessas instituições malogradas moralmente, nessa cultura aterradora que promove sofrimentos insuspeitados, e multiplica todos os dias as possibilidades de incremento dos ressentimentos e da virulência social, há muito teriam sido substituídos.



Se os senhores não têm referência pessoal, familiar, educacional, institucional, social, que os credecie a reconhecer a própria humanidade (inexistente), como poderão compreender a humanidade inerente, talvez apenas virtual, de seus eleitores?



Como poderão investir no processo educacional de tirar essa humanidade da virtualidade e estimular os receptores sensoriais do interior do corpo (interoceptores e proprioceptores) de cada criança que ainda não foi jogada no lixão da corrupção vigente nos processos institucionais de interação de interesses entre os poderes? Republicanos.



Os senhores representam politicamente uma sociedade, mas não conhecem minimamente suas necessidades de preservação? Da espécie. Humana. Investindo em sua criação. E nascimento. Por que, a considerar suas atuações políticas. A humanidade ainda inexiste.



Uma breve sugestão, caro Jornalista Daniel Piza, considerando que, talvez, fosse realmente isto que gostarias de dizer: Um país



de Tiriricas merece Tiriricas no poder. É o que não falta em Brasília.

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