Venho do fundo do tempo
Com meu corpo em desalento
A vergar sem eu querer...
Mas insisto e persisto
Soergo-me porque existo
E nada quero esquecer
Vá eu ter onde for ter
Posso até me perder
Sem mais encontrar lugar...
Mesmo que vislumbre o fim
Seguirei além de mim
E um dia hei-de chegar
Donde venho se calhar
Se alguém me viu passar
Decerto nem reparou
Que eu passava sem pressa
Como o velho que regressa
Com medo do que ficou
Para trás?!... Oh não... Não vou
Sem me importar onde estou
Ninguém caminha ao contrário...
E não temo o desfolhar
Da folha que há-de marcar
Fim... Enfim no calendário!