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Artigos-->A EMPRESA E A COMUNICAÇÃO INTERNA -- 05/02/2002 - 03:28 (EDMILSON SANCHES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A EMPRESA E

A COMUNICAÇÃO INTERNA



Uma pessoa jurídica é a soma ou multiplicação

dos esforços e satisfação das pessoas físicas

que nela trabalham. (E. S.)



Comunicação Interna, numa empresa de grande porte, é processo que demanda o trabalho de várias áreas e atividades –– Jornalismo, Relações Públicas, Recursos Humanos, Publicidade e Propaganda, Marketing, Serviço Social e, sobretudo, apoio decisivo e participação indispensável da Diretoria.



Comunicação Interna, portanto, é esforço coletivo –– e não tarefa unipessoal ou atividade unissetorial .



Sugerir atividades de Comunicação Interna (C.I.) para qualquer empresa é fácil. Implementá-las, entretanto, exige compromisso formal (escrito) e comprometimento real (envolvimento pessoal) da Presidência e da Diretoria. Um processo de C.I. deve ser permanente. As alterações têm de ser feitas no percurso.



Em muitas empresas, embora algumas intenções se tenham anotadas em um ou outro documento e algumas ações se tenham concretizadas em uma e outra oportunidade, Comunicação Interna nunca foi prioridade, nunca foi levada a sério pela Alta Administração. Ficou reduzida, assim, a atividades pontuais, episódicas e epidérmicas, prejudicadas principalmente pelo insalubre distanciamento do executivo maior da Organização –– o Presidente ––, pela ausência de visão sistêmica do processo e de desenvolvimento sistemático das ações.



Adicionado a isso, o fato de que são muitas as decisões administrativas que “puxam” para baixo o animus do corpo funcional. É lícito assegurar, dispensando-se qualquer método técnico-científico de avaliação, que o quadro que se apresenta em muitas Organizações, em relação ao seu público interno é: funcionários, no geral, descrentes de mudanças, sem visão de futuro, auto-estima fortemente abalada, e, pior, baixo nível de satisfação no trabalho e de orgulho pela Empresa.



Organizações assim, por tudo que fizeram –– e sobretudo pelo que não fizeram –romperam unilateralmente o contrato psicológico, fragilizaram os elos emocionais que as vinculam aos seus funcionários. Tanto que, como se fora orquestrado, ocorre “naturalmente” um processo de verdadeira “depredação verbal” dessas Empresas, em razão das atitudes de seus administradores: aposentados sentem-se desprezados, funcionários ativos proclamam-se desrespeitados e quase todos falam mal do próprio emprego e da própria Empresa. Pergunta-se: Como uma Empresa pode sobreviver, e crescer, ter dias melhores, com funcionários desmotivados e enfrentando dias cada vez piores?





A postura “civilizada”, cheia de entrementes, recheada de faz-de-conta, ainda impede muitos de exprimirem com sinceridade e crueza o que realmente pensam, sentem e fazem em relação à Empresa em que trabalham ou ao seu trabalho na Empresa. A ausência de um projeto e uma prática eficientes de C. I. contribuem para o desenvolvimento de sentimentos conflitantes e para a exteriorização de comportamentos destrutivos para com a Empresa. Ilustrativamente, podem ser citadas algumas manifestações, repetidas em andares e corredores, banheiros e mesas, de manhãzinha no café ou à tardinha, no bar:



- “Só ainda estou neste emprego por causa do meu tempo de serviço e da assistência médica”;

- “Isto aqui pra mim é só um bico”;

- “Ele transforma a Empresa num escritório de luxo, onde mesa, telefone, papel, clipes, computadores, fotocopiadora etc. saem de graça para suas outras atividades”;

- “A Empresa paga pouco, mas é um referencial técnico positivo para meu currículo e para minhas consultorias”;

- “Não compro ações da minha Empresa: –– não sou doido”;

- “Não chego atrasado nem saio adiantado, e durante esse horário só faço o meu serviço”;

- “Não me sinto respeitado pela Empresa: Por que vou me matar por ela?”;

- “Não compensa mais trabalhar nesta Empresa”;

- “No meu horário de trabalho, faço qualquer coisa, até engraxar os sapatos do chefe. Fora do horário, não me peçam nada! Não contem comigo”;

- “Ainda bem que é sexta-feira! Vou procurar esquecer que existe esta Empresa!”;

- “Infelizmente é segunda-feira!”;

“Pra que programa de Qualidade nesta Empresa?! Estão querendo botar gravata em defunto”.





* *

Acima, você leu farta exemplificação de frases que retratam as manifestações negativas de funcionários em relação ao descontentamento que sentem pela Empresa ou pelo trabalho que nela exercem. Empresas sem prática de Comunicação Interna (C. I.) não desenvolvem canais que permitam a captação dessas manifestações negativas dos funcionários, sua análise e tomada de decisões que possibilitem a troca de sinal (de negativo para positivo) da energia emocional despendida. E a insatisfação continua ali no empregado, da pele pra dentro. Entretanto, para uso externo, as percepções, os sentimentos e as palavras reais de muitos são escondidos sob o verniz opaco da assim chamada “polidez”, do “bom senso”, “moderação”, “razoabilidade”. Medo disfarçado de maturidade.



Máscaras são utilizadas, realidades interiores são sufocadas para que a nave possa ir, com aparência de normalidade. Lembra a frase alemã: Alles im Griff auf dem sinkenden Schiff –– “Tudo sob controle no navio que está afundando”. A insatisfação é rato roendo o tecido organizacional. Como fogo de monturo, a insatisfação mina o piso, as bases interiores, até o dia em que o própria teto, a capa, que emprestava a aparência de normalidade, também se fragiliza e rui por terra. “Tudo o que sólido se desmancha no ar”. Como já disseram, se os funcionários representam vinte por cento das despesas, eles são responsáveis por cem por cento dos resultados. Funcionários são baldrame e pilastras sobre os quais se erige a Organização.



Conservadoras e atrasadas, empresas sem C. I. são as que privilegiam atitudes prendedoras e afogam iniciativas empreendedoras. Não aprenderam a conjugar experiência e moderação com ousadia e inovação. Tudo de novo que a contemporânea Administração de Empresas recomenda, que a Psicologia Organizacional sugere, que a Sociologia das Organizações prescreve, parece estar distante das intenções e das práticas –– fossilizadas –daquelas empresas, especialmente em relação à gestão de seres humanos em Organizações Complexas.



Em empresas assim, ninguém adota, ninguém adapta, ninguém age, ninguém muda para tentar mudar, para melhor, as relações intra-organizacionais. Ninguém inova, nada se renova. Dá-se prosseguimento, repita-se, apenas a atividades de manutenção e não se investe em oportunidades de inovação. Criatividade é palavra pouco consultada no dicionário dos dinossauros empresariais.





As Organizações que precisam sobreviver –– e, a partir daí, crescer –– estão dispensando administradores-mecânicos, que só dão manutenção e fazem conserto substituindo a peça anterior por outra igualzinha. O de que se precisa é de administradores-projetistas, que trazem o futuro para ser construído hoje e desenham o veículo-empresa com nova direção, maior aerodinâmica (para vencer a resistência), melhor segurança (para agüentar impactos), faróis móveis (para ajustar a visão, iluminar o rumo a seguir). Isso tudo, sem perda de conforto e aquela sensação mista de prazer e orgulho que invade o funcionário por estar numa empresa-veículo onde todos são, ao mesmo tempo, co-pilotos.



Claro que a execução de um plano de C.I. –– e seu aperfeiçoamento durante o processo –– não trará, por si só, os resultados que toda empresa espera e precisa. É necessária uma adequada política de compensação, um plano de treinamento e uma prática de comunicação fundada na velocidade e veracidade. Rapidez e verdade na comunicação. Isso certamente facilitará a implementação de um novo modelo de diálogo empresa-empregados e conduzirá à inauguração de um marco institucional diferenciado na cultura de relacionamento com o corpo funcional.



Empresas que ainda não se deram conta do mundo em que estão têm, urgentemente, que (re)aprender uma outra linguagem –– a linguagem do pê: pessoas primeiro (motivação); pensar produtos (inovação); preços praticáveis (competitividade); partilhar patrimônio (divisão dos lucros); permitir poder (parceria; liberdade com responsabilidades).



O filho do japonês e o filho do americano olhavam a rua. Passou um Ford e o americano fala: “Meu pai trabalha na fábrica daquele carro”. Passa um Toyota e o japonesinho diz: “Meu pai faz aquele carro.



Toda empresa precisa ser um motivo de orgulho e fé, primeiro, para seus funcionários. Mais que “vestir a camisa”, ou carimbar o corpo, será necessário tatuar a alma. A Diretoria de uma empresa tem a responsabilidade de ser e parecer cordialmente comprometida, ou, como está na etimologia da palavra, envolvida “de coração” com esse desiderato. Um bom momento para o início de uma nova ordem é quando da posse de uma nova Diretoria: esse fato novo pode representar o chamado “incidente crítico”, diferente e positivo, que pode –– e deve –– dar mais vida e melhor rumo à Organização, propiciando a que os funcionários, motivados, atinjam estágios gradualmente mais elevados de desenvolvimento pessoal, de desempenho profissional, de resultado operacional.



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