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Artigos-->REBANHO, O QUE É ISTO? -- 10/09/2010 - 23:11 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REBANHO, O QUE É ISTO?

Francisco Miguel de Moura-Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras



Quando um piauiense fala em rebanho, por causa da tradição, dirão os que querem adivinhar tudo: - Lá vem ele falar do passado! “O meu boi morreu / que será de mim / Mande buscar outro, maninha / Lá no Piauí”. Engana-se quem só sabe “pensar” em grupo, como rebanho. Como se rebanho pensasse. O rebanho que queremos mostrar é aquele que o Aurélio define como um “grupo de pessoas que se deixam levar sem manifestar opinião e vontade própria”. Fernando Pessoa tem uma atitude poética diante do mundo, e portanto do rebanho, muito interessante: “O meu olhar é nítido como um girassol. / Tenho o costume de andar pelas estradas / Olhando para a direita e para a esquerda, / E de vez em quando olhando para trás…” Está implícito, neste poema, o modo de olhar para o futuro. E estes lindos versos me levaram a outras esferas: As palavras de Rubem Alves, da Folha de São Paulo: A gente tem medo dizer certas verdades. Vivemos no meio de “rebanhos”, seja de sindicalistas, ativistas partidários, políticos, comunistas, direitistas, socialistas, anarquistas, ateus, ideólogos, sejam religiosos, grupos que se escondem da vida que flui no tempo-espaço. A lógica é a das pesquisas, a dialética é a da estatística, a consciência dos fatos fica à margem. Na “teoria” política consagrou-se não dizer “tanto assim” do “povo”. E os políticos continuaram até pouco tempo a dizer: “nosso povo é muito bom, não merece isto”, nos comícios, nos jornais. Mas, entre as paredes dos escritórios, escracham o populacho e os milionários.. Cobiça, inveja. Dizem que nada vale nada, além do seu dinheiro, com este compram tudo. Na “Revolução” de 1964, muitos jovens que lutaram contra a ditadura sofreram prisões, fugas e deportações, além de outros crimes contra a vida e a liberdade que ainda estão por ser descobertos. Depois veio a nova geração, essa que chegou ao poder com Lula, o PT e os sindicatos. Entre a luta pelo poder e o poder em mãos, cunharam esta frase despótica, “o povo unido jamais será vencido”, entre outras. Despotismo e corrupção têm praticado os que estão no poder, em nome da redemocratização, da democracia. Criam-se leis de proteção aos negros e descendentes por causa da cor. É a história das vagas especiais na universidade. Em nome do combate a uma discriminação, criam-se outras. E assim vão deixando de lado o correto que é desenvolver a educação pública da escola fundamental à universidade.

Não sei de alguém com capacidade de dizer quem é o povo, numa sociedade tão plural e complexa como a nossa, o Brasil. Supõe-se que o povo são os que estão no governo, ao lado da maioria política. E, para eles, tudo que o governo faz está certo, desde que não tire sua bolsa família, bolsa escola, bolsa maternidade, bolsa prisioneiros, bolsa cultura e um não mais acabar de esmolas dadas à pobreza para que ela fique sempre pobre e sem educação, votando na “base aliada”. “O povo não pensa, somente os indivíduos pensam; o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade”, assim repete Rubem Alves, escudado em Reinhold Niebuhr, autor de “O Homem Moral e a Sociedade Imoral”. A consciência está nos indivíduos, isolados; são responsáveis por aquilo que fazem. Quando passam a pertencer a um grupo, a um partido majoritário, a um sindicato, a uma ideologia, a razão e a ética é silenciada pelas emoções coletivas. As torcidas de futebol são os exemplos mais evidentes, hoje, de como a selvageria acontece sempre em grupo. O grupo se sente poderoso. Se grupos tão radicais são o povo, eu não sou, não torço por nenhum time, não gosto de futebol nem dos grandes espetáculos de cantores que embriagam a multidão com seus instrumentos barulhentos, onde a música passa por longe. Não gosto de tevê – comunicação de massa. Não gosto de best-sellers. Gosto do silêncio e da meditação. E é com ela que resolvo a maioria de minhas questões complicadas da vida.. Não sou rebanho.







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