I
Na estrada que trilhamos pela vida,
Há mais percalços que felicidade.
Assim, um simples gesto de bondade
Pode mudar o rumo dessa lida.
Se forte ódio nossa alma invade,
Há de esperar que fique arrependida,
Pois não existe outra qualquer saída
Que tão de pronto o bem nos arrecade.
Pode a pessoa até menosprezar
O bom conselho deste patamar,
Mas saiba bem onde estará o ludíbrio.
Aí, será orar com devoção,
Para alcançar que dê o seu perdão
A consciência, em forma de equilíbrio.
II
Vamos tentar abrir a nossa mente
Para o universo lúdico do bem,
Pois quem precisa há de querer também
Retribuir os lucros, nobremente.
Ao receber amor, fica refém
A alma que se deu completamente.
É nesse vaivém que a gente sente
Que, quando estamos sós, somos ninguém.
No etéreo, é que o existir mais se completa,
Pois sempre se reúnem os felizes,
Para traçar do bem as diretrizes,
Levando o seu auxílio a quem não veta
O sentimento simples da vingança,
Ao devolver amor como esperança.
III
Os sentimentos nobres geram paz.;
As virtudes produzem todo o bem.;
Não vamos arriscar, ficando sem
Estimular a quem for incapaz.
Por menos que se faça, sempre alguém
Há de dizer que o pouco que se faz
Não vai deixar a gente muito atrás,
Que atrás de nós há muitos, que não vêm.
Orar, então, vai ser preciso, e muito,
Que existem padroeiros no universo
Capazes de causar curto-circuito,
Energizando, assim, o rude verso,
Transformando em amor o nosso intuito
De ver bem junto a nós quem vai disperso.
IV
Conselhos não daremos a quem chora,
Que a dor põe n alma tristes inquietudes:
Não há como mostrar serem virtudes
Os sacrifícios feitos nessa hora.
Enquanto não mudarem de atitudes,
A lei do sofrimento é que vigora:
No aguardo de que nasça nova aurora,
A noite há de passar em negritudes.
Para afastar, então, todo contágio
Da obsessão voraz dos infelizes,
Havemos de enfrentar o mau presságio,
Removendo o mal pelas raízes,
Buscando merecer o apanágio
De compreender as leis e diretrizes.
V
O norte que nos mostra o coração
Levar-nos-á ao Pai, serenamente.
Mas é preciso dar à nossa mente
Um bom motivo para ter razão.
Sabemos quando o sentimento mente.
Não vamos dar nenhuma explicação,
Que um simples termo aí seria vão
E todo ato, tolo e improducente.
Qualquer malícia deixa o homem velho,
Para aprender as normas do evangelho:
Então, há de penar em outra vida.
Não jogue co a razão o sentimento,
Nem brinque co a emoção o entendimento:
Ao equilíbrio a lei sempre convida.
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