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Poesias-->Visão Poética -- 09/12/2002 - 22:25 (Fernanda Guimarães) |
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Visão Poética
Enquanto não me descobres
Minhas mãos te dão formas
Esculpindo-te sem alarde
Tal como acontece a vida
Não é suficiente apenas descrever-te
Dizer do negro dos teus olhos
Do som do “eu te amo”
Desnudando-se em tua boca
Ou do rastro de estrelas
Que teu toque deixa em meu corpo
E quando teu sorriso antecipa-se
À chegada do meu olhar
A mágica que se sucede
Na maciez e ondulação da tua boca
Perscrutando-me sem que me beijes
E ainda assim, já deixando-me teu gosto
Nenhuma emoção adivinhará
Quando me vens e ficas
E nossos olhares dominam o tempo
Parecem-me poucas todas as palavras
É escasso o meu léxico
E mesmo a gramática
Que atrevidamente me declara
Não me bastam as metáforas
Nem o revelar dos teus cheiros
Ou escrever sobre a inquietude
Que sentem as paredes do nosso quarto
Quando escutam o arfar
Do teu corpo buscando o meu
São tolos todos os meus vocábulos
Quando tentam te traduzir
Delatando os caminhos que percorres
Quando te insinuas e cobres minha pele
Desdobrando os teus carinhos
Estás sempre em meus delírios
No meu silêncio rubro que te anseia
À beira de toda a minha mudez
Quando entrelaço tuas mãos às minhas
E elas te murmuram todos os segredos
Que os lábios jamais souberam
Apenas sabe o papel meu único destino
A linha que me leva em tua direção
Porque só te encontro em minha poesia
© Fernanda Guimarães
Em 09.12.2002
Clique no título e visite minha HP:
Fernanda Guimarães em Prosa e Verso
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