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Artigos-->A fala do outro -- 07/08/2010 - 15:51 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nos últimos dias de faculdade mostrei ao Erivan um jornal com uma tirinha de quadrinho, com que três quadrinhos. No primeiro, um pássaro canta no galho de uma árvore desfolhada. No segundo, um sapo aplaudia e dava vivas ao cantor. No último, o pássaro olhava para o leitor e exclamava mais ou menos assim:



- O que seria de mim sem esse sapo!



Como o Erivan já demonstrava o seu lado sociológico, vindo cursar Sociologia pouco tempo depois, comentou sem titubear:



- Desse quadrinho podemos fazer uma tese de mestrado.



Admirei a observação dele. A conversa durou mais um pouco e fomos embora. Isso foi há mais de vinte anos.



Há poucos dias assisti ao filme “O Segredo dos Seus Olhos”. Não contarei o filme mas um trecho chamou minha atenção. Para vingar-se do criminoso, um personagem o mantém em cárcere privado por 25 anos. Quando um policial descobre o cativeiro, o preso está recebendo comida e água das mãos do seu ‘carcereiro’. Há um silêncio entre o policial, o preso e o ‘carcereiro’. Na seqüência o preso quebra o silêncio e pede ao policial:



– Peça a ele pra falar comigo.



Tanto o pássaro da tirinha como o preso do filme mostram claramente a necessidade que temos de ouvir o outro. Essa fala vai além do vai-e-vem da informação. Refiro-me ao falar e ser ouvido. Falar e receber a informação de volta, ouvir a réplica.



O filme passa a mensagem que o preso já tentara em vão ouvir pelo menos um ‘bom dia’ de seu ‘carcereiro’. No entanto, recebeu o maior castigo, a indiferença.



A necessidade de ouvir é o que estimula o falante. Não basta a pessoa falar. A comunicação completa-se quando o falante, logo após sua manifestação, vira ouvinte. Ser apenas ouvinte também não sacia a pessoa porque não significa comunicação.



As grandes guerras iniciaram-se com um diálogo, nem que fosse através de agentes secretos. Acabaram-se também, e principalmente, com diálogos.



Sem falar e ouvir não aconteceriam os grandes amores, as amizades e as grandes intrigas.

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