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Contos-->A OUTRA -- 27/09/2002 - 17:56 (DENIS RAFAEL ALBACH) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A outra

Estranhei o jeito que ele me olhava. Antes era tão diferente. Sua maneira nos últimos tempos era irreconhecível. Há algum tempo começou a fugir dos beijos que lhe dava de manhã cedo antes de sair para o trabalho. Cheguei a pensar que o amor perder seu sentido nos últimos anos de casados.
Do amor ele nem falava mais ou tratava como devia. Nos nosso momentos de prazer sua paixão parecia distante. Não havia nenhum interesse. Foi aí que pensei que ele me traía.
Noites e duas em claro me tiravam a concentração e roubavam a minha paz. Sentia uma insegurança profunda na sua presença sem demonstrar-lhe que imaginava tal ato de infidelidade. Comecei a mexer e remexer nos bolsos de sua calça. Nenhum bilhete encontrado. Na escuta do telefone, na extensão, com sutileza disfarçava ouvi-lo conversar com outras pessoas. Os nomes e endereços na sua agenda não traziam nenhuma prova. Nada, porém, comprovava seu adultério.
Sem provas mandei que fosse consultar o psicólogo caso houvesse algum problema pessoal de afetividade. Perguntei ao meu marido o que havia de errado comigo. Ele deu um beijo em minha testa, virou para o lado e dormiu sem mais nada a dizer.
O doutor não explicou nenhum comentário a respeito de seu desinteresse sexual por mim. Foi aí que recorri ao detetive.
Ele me fez anotar todas as lembranças de como ele era no começo de nosso casamento e como era naquele momento. Então fui reparando, de acordo com as minhas lembranças o que mudou nele.
As horas que chegava em casa não mudaram. Sempre permaneceu correto, fiel aos horários, sem nunca se atrasar. O perfume em sua camisa era o mesmo. Dizia-me sem vacilo todos os lugares que estava e com quem estava: um dia na reunião no escritório, no barzinho com os amigos, na casa dos parentes... O detetive não concluiu nenhum fato existente que o culpasse.
Intui que o problema deveria estar em mim. Devia-me ser mais sensual e elegante ao meu marido. Foi aí que comecei a aprontar-me bonita e perfumada, esperando-o assim toda vez que chegava do trabalho. Passei a lhe tratar com mais carinho. Evitei as discussões bobas. Esqueci os pequenos detalhes. Comecei a lhe acompanhar nas partidas de golfe. Fizemos caminhas juntos nos sábados pela manhã. Alguma coisa deveria melhorar.
Na noite que completávamos sete anos de casados, arrumei nosso quarto do jeito mais extravagante e erótico que se podia imaginar. Aluguei fitas de filmes pornô a fim de que o excitasse a me possuir, Fiz massagens sobre seu corpo e comecei a levá-lo à loucura. Portanto, nossa transa foi frustrante.
Nada do que planejei aconteceu. Alguma coisa faltava, ou em mim ou nele. Dei a idéia de que tivéssemos nosso primeiro filho. Talvez seria uma forma de melhorar nossa relação no matrimônio. Ele não discutiu sobre o assunto, permanecendo desligado.
Então já não correria mais atrás. Deixaria que sentisse por algum tempo a minha falta. Por alguns dias evitei qualquer aproximação mais íntima. Fingi noites de insônias profundas para ir dormir no sofá da sala. Mas, se não fosse por mim procurá-lo quinze dias depois, ficaríamos sem fazer amor pelo resto da vida.
Desisti de procurar os motivos e culpados. Insinuei-lhe que eu iria procurar um amante para mim. Mas não se comoveu em ciúmes.
Outro dia, porém, esqueci meu cartão do banco em casa. Precisava dele para comprar seu presente no dia do seu aniversário. Ainda me lembro. Eram exatamente três horas e o sol estava forte. A empregada aquele dia não viria trabalhar. Não lhe pude telefonar para que trouxesse meu cartão. Voltei para meu apartamento, às pressas, para que encontrasse a loja ainda aberta.
Abri a porta do apartamento tranqüila quando lá da porta ouvi um barulho de som. Uma música gostosa e sensual tocava no aparelho. Ele nunca foi chegado aquele romantismo. Estranhei estar em casa àquelas horas. Foi quando me aproximei e vi roupas perdidas sobre o corredor que dava para o quarto. Ouvi o barulho de sua voz dizer-lhe a alguém que fazia quatro anos que estavam juntos. E ali, diante dos meus olhos, após ter aberto a porta, foi que vi espantada, deitados nus na cama, meu marido com outro homem.

Denis Rafael Albach
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