Duas notas
Longa... reta... fina
surge o canto de Regina.
Na curva oculta do tecido
um nó deixa a montanha.
Do canto, uma nota estranha.
Da curva, o grito adormecido.
E eu, o que possuo das duas?
O nó não é meu ( surgiu nas ruas
de barro molhado, na moita de mato )
E a Regina, de quem será?
O canto que canta terá
o sentido e o sabor do tato?
Eu serei o patrão aborrecido
que corta o tecido
escondendo o nó?
Eu serei a desculpa
para cobrir a culpa
de viver tão só?
Pezente.
|