Para quem tem coração Nem castigo nem perdão Ou sequer qualquer menção As coisas são como são... Não?!... Até os cegos verão!
O MAL ME CAI TÃO BEM !...
Não quero guerra nem paz Ou mal e bem em confronto Mas para tudo estou pronto E o que for tanto me faz Pois o que sonho e me apraz Tem a ver com infinito Tal e qual em fé palpito Há nos outros animais De resto e em tudo mais Já passei... Não acredito! Não... Não presumo o mito Que proclama o futuro E promete céu seguro Aos que lhe seguem o fito Na senda do vil atrito Entre a mentira e a verdade À espera de um milagre... Milagres?... Tive às centenas Entre o inferno das penas E o céu da felicidade. Posta a questão à vontade E sem qualquer restrição Sou irmão do meu irmão Enquanto a realidade Confirmar a igualdade Com pleno sentimento Sempre de novo alimento E inequívoca certeza De sentir a natureza Mexer-me no pensamento. O resto?... É fingimento Que há meio século domino E que hoje em dia abomino Sem hesitar um momento... Poesia e Movimento Deus e Deusa dia a dia Venham sempre e sem mania Porque é pelos poetas Que os versos atletas Conquistam a harmonia. Bom ou mau?... Que ironia... Isso pra mim não existe Porque um cego se é triste Desconhece que a alegria Por misteriosa alquimia É o maior dos recados Que os cérebros libertados Sentem intensa vibrar No magnífico altar Dos sonhos sacrificados. A legião de enganados Não cessa de aumentar... São milhões a reclamar Mais um engano... Coitados E porquê?... São informados Pela santa piedade Que ilude a humanidade Há milénios... Vejam isto... Era assim antes de Cristo E continua cristandade. Finalmente... À saciedade Amigo... Está descansado Sou justo e tenho lutado Por amor à liberdade Embora ontem e tarde Aprendesse que o bem Quando quer o mal de alguém Seja qual for a razão O faz... E por isso então O mal me cai tão bem !... Torre da Guia |