Aqui,
Acolá, aqui, acolá...Se ouvia um grilo,
Um sapo, Bentevi ou Sabiá.
A luz do dia cumprira o seu destino. E pelas frestas da terra, do horizonte adido a escuridão vinha rabiscando o chão, as folhas, o galho, a janela.
A chuva que vinha, vindo e a paixão se instalava.
Os lumes eram equidistantes, um alí, outro lá, um alí outro lá.
Apostos os grilos já garritavam em meio a sinfonia.
Os sapos roquejavam afinando-se ao tom fatídico do sabiá no alto daquelas mangueiras a dançar com o vendaval. E assim a noite agreste se instalava em pleno seio da silvestre mata.
O fuzue aumentava na proporção da chuva que descia das nuvens escuras e pesadas.
A medida que fecundava o solo, um grito exaustérico animava outra alegria, feito surto fantasia. Tudo resumia-se num baile de dimensões incalculaveis. Só sabia quem alí assistia ou participava.
A flor recebia os pingos como uma virgem em fogo de desejos apaixonados,enquanto a brisa feito criança corria por entre aquela selva farta a fazer dançar as árvores jovens e velhas, adultas ou mortas.
Os grilos, os sapos, vaga-lumes, jacintas,bentevis, sabiás e outros pássaros saltavam freneticamente, oferendavam, gritavam a expandir o som da mata. Até o rio mexeriqueiro que embrenhava-se na terra, sorria por entre as pedras a lavar a alma do silêncio, que aos poucos se preparava pra entrar em cena.
A medida que a luz da lua se desencadeava no imenso véu da noite, aquela poesia dissipava da boca calma, em verbos sossegados, abrindo na alma uma pureza, um cheiro de mel em flor, que oscilava um térno frescor da natureza, colocando no vinho amargo do homem, o fávor de paz que parecia ser encontrado no meio daquelas pedras, paus e ritos, que ainda centelham com as gotas do fim da chuva que cai no barro enegrecido desse chão.
A festa apenas começará, pois a vida alí, é um fato diariamente consumado centalhando mais que as mazelas progressivas do progresso em sua marcha vôraz, que acabam com os saraus das ressacas ao redor da cidade.
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