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Poesias-->Despertar -- 07/12/2002 - 04:05 (Luiz Alberto de Andrade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Despertar (a verdadeira realidade)



Eu não agüento mais, eu tenho medo.;

Eu tenho medo, muito medo.;

Eu não sei mais para onde ir, para onde olhar.;

Eu não sei o que fazer, o que pensar.;

Eu não sei o que desejar, eu não sei mais o que querer.;

Tudo está nublado, eu não vejo mais nada.;

Eu perdi meus sentidos, meu raciocínio.;

Minha força, minha esperança.;

Minha raiva, meu orgulho.;

Eu perdi tudo, inclusive meu caminho.;

Eu estou perdido no meio do nada.;

Tudo é desolação, tudo está minguando.;

A sombra se fechou sobre minhas estradas.;

Durante todo o tempo eu segui por estradas erradas.;

E agora, tarde demais, eu percebo meu erro.;

Eu tenho medo, medo de tudo.;

Medo do nada, medo de seguir em frente.;

Medo de voltar atrás, medo de tentar.;

Medo de não tentar, medo de desistir.;

Medo de ter esperanças, medo de sofrer.;

Medo, medo, medo, angustia.;

Tristeza, caminhos errados, ai de mim.;

Ai de minha consciência, ai de meu coração.;

Eu já não sei mais o que eu sinto.;

Já não sei mais o que me atordoa.;

A chama do amor já consumiu minha alma.;

Eu me sinto vazio, corroído.;

Não tenho mais a quem recorrer.;

Não existe mais ajuda ou solução.;

Não existe recuperação.;

E o pior de tudo é que não existe fim.;

Meu corpo definha e minha alma já se esvaiu.;

Não há culpado, não há culpa.;

Não há causa, não há causador.;

Eu não espero mais salvação.;

Arrependo-me amargamente de ter cedido a essa ilusão.;

Não existe solidão, não existe conclusão.;

Nada existe alem de palavras sem sentido.;

Nada alem de um destino errôneo.;

Aonde a esperança apenas vem para levar.;

E amargurar, e entristecer, e destruir.;

Por mais que o mundo gire.;

Agora vejo que por baixo sempre estarei.;

Finalmente eu despertei.



Tristan Flyand

(24/10/02)





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