Ninguém pode desconhecer o esforço do governo – pelo menos no campo das boas intenções – de conter o ímpeto inflacionário, objetivando promover a necessária estabilidade econômica. No entanto, não é possível estabelecer um mínimo de coerência quando o mesmo governo resiste à idéia de criar patamares suportáveis para cobrança de juros.
Também, não podemos ficar calados diante dos prejuízos à agricultura e ao comércio, para não falar da incômoda situação de inadimplência dos consumidores, obrigados a negociar seus débitos junto às entidades de crédito, por conta de dívidas resultantes da própria política econômica adotada pelo governo.
Ao mesmo tempo que se prega a necessidade de estabelecer forte concorrência entre os atores econômicos, com a finalidade de melhorar a qualidade e a produtividade da indústria nacional, o que se vê é exatamente o contrário: sobrecarregam-se os tributos (taxas e impostos) beneficiando a ineficiência interna, dando margem a novos aumentos de preços , sem a correspondente melhoria dos produtos e serviços nacionais.
Diante deste quadro de paralisação do processo produtivo, de queda do nível de emprego, com a conseqüente redução na arrecadação de impostos, há que se indagar se todo o esforço governamental não restará inócuo caso não se criem efetivas condições para o equacionamento da questão mais crucial de nossa economia: o crescente volume de recursos destinados ao exterior, por conta de uma dívida que, segundos alguns especialistas, é impagável. Com a palavra os candidatos à presidência da república.