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Artigos-->Repensando o Caminho da Escola -- 08/07/2010 - 19:37 (Leonardo Lisbôa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Século 21, em sua primeira década, traduz uma grande angústia para todos os que acreditam na Escola como caminho, meio e instrumento para a produção e reprodução do conhecimento.



Encontramos salas cheias, alunos rebeldes e com valores e princípios que causam estranheza, descompromissados, sem objetivos profundos ou perspectivas que lhes alentem, sem entender muito bem o que eles estão fazendo no espaço que a família lhes impôs, o Conselho Tutelar os obriga e o Estado lhes oferta.



Do outro lado estamos nós, educadores, sofrendo, queixando e refletindo: Somos cobrados pelas médias perdidas, incentivados a assumir o papel de agentes da promoção automática, responsabilizados pelo sucesso ou fracasso dos alunos por meio de instrumentos avaliativos aplicados pelas estâncias governamentais.



Perguntamos então:

Por quais caminhos anda a Educação?



Recorremos às nossas histórias, sem saudosismo, usando a razão, estudantil e profissional. Não é a História a mestra da vida?



Reconhecemos então duas vertentes:

A Escola de ontem e a de hoje.



Na Escola de ontem, tivemos a seleção: somente os alunos intelectualmente mais aptos podiam frequentá-la. Já possuíam uma educação formativa em andamento promovida pela família. Bastava apenas aos professores lapidar as pequenas arestas e lhes apresentar o caminho dos diversos conhecimentos. Preparavam também as pequenas jóias para brilharem nos vestibulares, concursos públicos e outros. O sonho era ser um ótimo profissional liberal de sucesso, médico, engenheiro, dentista ou advogado, ou um funcionário público exemplar, professor, militar ou funcionário do Banco de Brasil ou outra autarquia.



Era missão do professor barrar os inaptos com avaliações para provar que poucos sabiam, que na hora da purgação a minoria resistia. A escola se fazia por exames finais, provas orais, recuperação final. Felicidade de poucos e frustrações da maioria dos alunos. Foi a era da Escola do Saber. Que saber? O saber da ponta da língua. Memorização, regras e suas muitas exceções, fórmulas, cálculos exatos, fatos inquestionáveis. A sabedoria de cor. O conhecimento da exclusão.



Na Escola de hoje, a maioria para aprender. Aprender o quê? Aprender a fazer e aprender a Ser – o ser cidadão, ser feliz.



É a escola que todos os menores protege, incentiva e alimenta. É a escola da certeza. Não da certeza de um futuro melhor, mas da certeza da merenda na hora do recreio, de um lugar para se ir e não ficar na rua, de dinheiro dado pelo governo com sua bolsa família – bônus este que não fiscaliza o rendimento do aluno e sim sua frequência à escola. Certeza dos órgãos públicos de que os profissionais da educação estão olhando e cuidando da infância e adolescência, assumindo o papel de pai, mãe, tutor, pedagogo, terapeuta, psicólogo, assistente social, conselheiro e outros mais. É a escola mãe, a escola família. É a escola da sociabilização, da auto estima do aluno, muitas vezes angústias dos professores e agentes da educação que ainda não entenderam bem seu papel nesta nova realidade. É a escola da inclusão.



Aonde este caminho que se faz caminhando nos levará?



Talvez ao caos, mas sabemos que novas ordens só surgem de situações caosuísticas. Talvez à solução, mas sabemos que soluções finais não existem e sim transições e transformações. O ser humano é isto, mudança constante e escola é instituição humana.





Barbacena, 19 de novembro de 2009.

Prof. Leonardo Lisbôa.



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